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Patagônia 2009/2010 - Parte 5

Coyhaique – Osorno – 13 e 14/01/2010

   Durante o período vespertino nós fomos conhecer o centro da cidade. Visitamos livrarias, papelarias, lojas de roupa e a praça principal. Ao voltarmos para a pousada eu desmontei minha bike e depois fui almoçar. O Romulo fez o oposto.
Praça central de Coyhaique

   Na hora de ir até a rodoviária, o Gustavo nos ajudou carregando algumas coisas, mas quando que ele estava descendo o último degrau da escada, tropeçou e derrubou minha caramanhola que estava cheia de refrigerante. Pela primeira vez vi um chafariz de refri...ahahaha.
   Despedidas e mais despedidas até que pontualmente as 16h o ônibus partiu. Atravessamos para a Argentina, na aduana de Balmaceda e depois entramos na temida região desértica. Dormi um pouco depois do coletivo ter passado pela cidade de Rio Mayo.
   Quando acordei já estávamos perto de Bariloche e ao passarmos perto de Villa la Angostura eu tive a idéia de conhecermos o Radal Siete Tazas. Um local que não conhecemos antes devido ao pouco tempo que tínhamos. O Romulo concordou e ainda acrescentou a cidade de Pucón, pois quando passamos por ela não pudemos ver o vulcão Villarrica. OK!
   Ao desembarcarmos em Osorno, o Romulo conseguiu entrar na internet e pegou todas as informações que precisávamos. Pucón estava apenas a 240km. Perfeito!

Nossa viagem estava salva! 

Osorno – Panguipulli – 14/01/2010

   Saímos de Osorno aproximadamente as 14h e descobrimos que a ruta 5 é perfeita Pedalando por ela fizemos média de 27 km/h com a grande ajuda de um bom vento a favor. Logo chegamos na cidade de Los Lagos, onde comemos empanadas e descansamos um pouco.
Ruta 5

   Ali abandonamos a ruta 5 e começamos a enfrentar algumas subidas, entretanto o esforço foi recompensado com uma bela vista, mesmo que de muito longe, do vulcão Villarrica (acredito que seja ele).
   As horas foram passando e nós não encontrávamos um local para acampar, até que dois moradores nos indicaram uma casa/chácara denominada Fundo de Copihue, onde fomos recebidos muito bem.
   O movimento da casa era relativamente grande. Algumas crianças e animais de estimação brincavam no quintal enquanto nós jantávamos. Nessa hora descobri que meu bagageiro estava quebrado. Que droga! O jeito seria tentar arrumá-lo em Pucón, nosso destino do dia seguinte. Assim terminamos o dia. Foram 130km pedalados na parte da tarde.


Panguipulli – Pucón – 15/01/2010


    Saímos bem cedo e em pouco tempo ja estávamos no centro da cidade de Panguipulli. Enfrentamos uma descida forte, uma subida considerável e descobrimos que erramos o caminho. Que droga! Voltamos, conferimos o mapa e enfim conseguimos sair da cidade. Pedalamos mais alguns quilômetros e erramos o caminho novamente, mas desta vez foi culpa de uma placa adulterada por malditos vândalos. Chegamos na cidade de Villarrica bem na hora do almoço. Comemos, descansamos e partimos para os últimos quilômetros do dia.
 
   Um trecho alucinamente. Foram 22 km olhando e adimirando o imponente vulcão Villarrica de um lado e o lago de mesmo nome do outro. Nossos olhos estavam brilhando com tanta beleza. O mais impressionante era a fumaça que saia do cume coberto de neve, indicando que o vulcão estava ativo. Tenho isso gravado em minha memória.
   Quando chegamos em Pucón, fomos direto para o camping já relatado neste blog (parte 2). Deixamos as bagagens e partimos para o mercado. Depois procuramos uma bicicletaria para que eu pudesse trocar meu bagageiro, que nesta hora já estava quebrado nos dois lados. Acabamos encontrando solda em alumínio. Perfeito. Voltamos ao camping, deixamos as compras e seguimos para a base do vulcão.
 
 
 

   Começamos subindo 8 km numa estrada muito boa, mas com inclinação forte (o mesmo trajeto que havíamos feito antes. Leia a parte 2). O terreno mudou quando passamos pela entrada do parque nacional Villarrica. A estrada que parecia um tapete, deu lugar a uma maldita estrada de terra, cheia de pedras e buracos que somados com a inclinação tornaram a subida uma das mais difíceis da minha vida. Pensamos em voltar, mas só pensamos. Ao chegarmos na base do vulcão nós estávamos exaustos. Foram 2 horas e 30 minutos subindo. Tiramos fotos, brincamos na neve e curtimos um lindo visual. A volta parecia um Downhill. A adrenalina foi nas alturas. O que atrapalhou foi o frio, pois já estava de noite. O jeito foi tomar um banho bem quente logo que chegamos no camping.
 
 
 
 
 
 
 

   Finalizamos o dia com uma janta saborosa. O cansaço era visível. Nem montamos acampamento. Dormimos na sala/cozinha do camping.




Pucón – 16/01/2010

    Ao acordarmos, estávamos tão cansados que decidimos ficar mais um dia na cidade. Eu apenas tomei um café e voltei a dormir, só despertando as 10h da manhã. Minhas pernas estavam doloridas.
   Passeamos na cidade, acessamos a internet, fomos no mercado e compramos passagens de ônibus com destino a Curicó, ou seja, uma das cidades mais próximas do Radal Siete Tazas, nosso próximo ponto turístico.
   Almoçamos, tomamos sorvete e arrumamos nossas bagagens. Ao anoitecer embarcamos no ônibus.

Curicó – Radal Siete Tazas – 17/01/2010

   Passamos a madrugada no ônibus e quando eram 6h da manhã desembarcamos na beira da ruta 5.
Arrumamos as bikes, comemos algo e seguimos nosso destino que consistia em voltar 15km até a cidade de Molina e depois pedalar por mais 52 km até o Radal Siete Tazas.
   O que não sabíamos é que estes 52 km, tirando os primeiros oito mil metros, são terríveis. Passamos a manhã inteira pedalando por uma estrada de rípio, com aclives constantes e mosquitos (do tamanho de um zangão) ao nosso redor. Fizemos muitos esforço.
   Ao chegarmos na vila chamada Radal, estávamos exaustos. Apenas encontramos um camping, almoçamos e dormimos.
   As 16h decidimos conhecer o tal de Radal Siete Tazas, que consiste em sete pequenas cachoeiras consecutivas como se fossem taças transbordando. Como era de se esperar, o caminho não foi fácil. Subidas, subidas e mais subidas. Mas que no final valeram a pena, pos as cachoeiras são alucinantes. Um lugar fantástico.
Romulo cansado 
 
   A volta para o camping foi fácil, pois as subidas agora eram descidas. Para finalizar o dia tomamos banho, compramos pão e fizemos nosso café. Foram 81km pedalados

Radal Siete Tazas – Santiago – 18/01/2010

   Voltamos pelo mesmo caminho do dia anterior, só que desta vez estávamos descendo. Uma maravilha! Outra coisa boa foi que os mosquitos do dia anterior não apareceram naquela manhã. O único obstáculo era a estrada de rípio, que em alguns trechos estava muito ruim, mas que não dos impediu de chegarmos rapidamente em Molina, onde fomos direto para a rodoviária.
   Por sorte havia um ônibus com destino a Santiago naquele momento, mas na hora do nosso embarque o motorista quis cobrar uma taxa extra. Decidimos não embarcar e pedalamos mais alguns quilômetros até a cidade de Curicó. Lá além de conseguirmos uma passagem barata e sem taxa extra, encontramos lindas mulheres. Nosso ônibus sair as 13:30 min.
   Em Santiago eu comprei passagem para Buenos Aires e depois me arrependi, pois o Romulo ainda iria pedalar até Valparaíso para conhecer o Oceano Pacífico. Quando tentei desfazer a compra, descobri que receberia apenas 70% do meu dinheiro. Decidi que iria para Buenos Aires mesmo.
   Saindo da rodoviária, entramos para almoçar no restaurante Molin e só depois fomos para a pousada, ambos já relatados na parte 1. Depois fomos no shopping, tomamos sorvete e compramos pães. Além disso, eu comprei um livro para a viagem de volta.
   Assim terminou o meu último dia de pedal nessa aventura. 70 km

Santiago – Buenos Aires – Curitiba – 19, 20 e 21/01/2010

   A grande aventura havia acabado. Não conseguimos completar o trajeto até Ushuaia, entretando o caminho é o mais importante e esse caminho foi muito bem aproveitado.
   Na manhã do dia 19/01 o Romulo acordou cedo, arrumou as coisas e partiu rumo ao litoral chileno. Após a despedida eu ainda fiquei um tempo na pousada antes de ir para a rodoviária. Meu ônibus saiu as 10h da manhã e não ocorreu nenhum contratempo para embarcar a bicicleta.
   Foi emociante passar novamente pelos caracoles, pois a cada curva que o coletivo fazia, a minha memória buscava lembranças do dia de natal. Quando paramos na aduana, fiicamos esperando por 3 horas e pude refletir muito sobre a mágica aventura que tivemos. Pensei no Gustavo e no Romulo, meus companheiros de viagem, e tentei imaginar em qual lugar eles estariam. Agradeci muito a Deus pela majestosa pedalada e coloquei uma meta para ser cumprida no ano seguinte: Terminar essa aventura.
   Depois que passamos pela aduana, ou melhor, depois de Mendoza, o trajeto ficou chato. Para animar o pessoal foi feito até bingo dentro do ônibus. Bingo Andesmar, nome da empresa. Infelizmente não ganhei. Dormi e quando acordei já estávamos entrando em Buenos Aires.
   Na capital dos hermanos eu dei muita sorte, pois consegui passagem para Curitiba no mesmo dia (20/01). Só tive que esperar umas cinco horas. Embalei a bike numa caixa velha (exigência da empresa), enchi meu colchão e fiquei deitado esperando. O embarque foi tranquilo e a viagem, tirando umas 3 mulheres bonitas que estavam no ônibus, foi chata. Cheguei em Curitiba em pouco antes da meia-noite do dia 21/01. Cansado, mas feliz.

Agradeço aqui a todos que contribuíram de alguma forma com essa aventura e deixo uma agradecimento especial ao meus companheiros de viagem: Gustavo Remor (que foi o único a chegar em Ushuaia) e Romulo Ceccon (que finalizou sua pedalada curtindo o litoral chileno)

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