Pucón – 28/12/2009
Desembarcamos na cidade de Pucón perto das 8h, tomamos café (pães, doce e água) numa padaria perto da rodoviária e saímos pedalando. Infelizmente o tempo estava chuvoso, mas mesmo assim fomos conhecer o famoso vulcão Villarrica, que em dias abertos pode ser facilmente visto de qualquer rua da cidade. Não era o caso.
Perguntamos o trajeto numa loja que alugava bicicletas e em poucos minutos já estávamos enfrentando a longa subida até a base do vulcão. O Romulo disparou e o Gustavo ficou um pouco atrás. Foram aproximadamente oito mil metros, num asfalto perfeito com uma inclinação forte, até a entrada do parque Nacional Villarrica, onde um guarda nos informou que com aquele tempo nublado nós não iríamos conseguir ver o vulcão.
Perguntamos o trajeto numa loja que alugava bicicletas e em poucos minutos já estávamos enfrentando a longa subida até a base do vulcão. O Romulo disparou e o Gustavo ficou um pouco atrás. Foram aproximadamente oito mil metros, num asfalto perfeito com uma inclinação forte, até a entrada do parque Nacional Villarrica, onde um guarda nos informou que com aquele tempo nublado nós não iríamos conseguir ver o vulcão.
Decepcionados resolvemos voltar e quase congelamos durante a descida. No final da mesma, nossos dedos, narizes e bocas estavam roxos. O Romulo começou a falar enrolado de tanto frio que estava sentindo. Tratamos logo de encontrar um camping para tomarmos um banho bem quente, contudo o gás que aquecia a água do chuveiro havia acabado. Que Bosta!
O jeito foi entrar na cozinha/sala do camping, se ajeitar no saco de dormir, sentar numa poltrona e dormir.
O jeito foi entrar na cozinha/sala do camping, se ajeitar no saco de dormir, sentar numa poltrona e dormir.
Nossa bagunça na sala/cozinha do camping
Um pouco mais tarde o Gustavo foi buscar comida e na sua volta eu fui com ele conhecer o lago Villarrica, que mesmo em um dia frio e chuvoso era belíssimo.
Na volta para o camping o Romulo já havia despertado e nós três decidimos passear na cidade, pois a chuva havia parado.
Pucón é uma cidade turística com uma boa estrutura. Andamos pelas ruas, conhecemos lojas e mais lojas, compramos um macarrão/sopa para a nossa janta e compramos um passeio turístico até as termas.
Na volta para o camping o Romulo já havia despertado e nós três decidimos passear na cidade, pois a chuva havia parado.
Pucón é uma cidade turística com uma boa estrutura. Andamos pelas ruas, conhecemos lojas e mais lojas, compramos um macarrão/sopa para a nossa janta e compramos um passeio turístico até as termas.
Se estiver vermelho, ferrou!
Ao voltarmos para o camping, o Romulo preparou a janta. E que janta! O tal macarrão/sopa era muito gostoso. Arrisco a dizer que foi o melhor da minha vida.
Cheios de tanto comer, saímos correndo para não perder a van que nos levaria até as termas. Eu nunca estivera numa terma e gostei bastante. Foram duas horas de piscinas com águas mornas. O relaxamento foi total. Sem falar na morena que também estava desfrutando das piscinas. O ruim foi que durante a volta, a nossa amiga chuva começou novamente. Tivemos que armar nossas barracas com uma garoa forte, que continuou caindo durante toda a noite.
Cheios de tanto comer, saímos correndo para não perder a van que nos levaria até as termas. Eu nunca estivera numa terma e gostei bastante. Foram duas horas de piscinas com águas mornas. O relaxamento foi total. Sem falar na morena que também estava desfrutando das piscinas. O ruim foi que durante a volta, a nossa amiga chuva começou novamente. Tivemos que armar nossas barracas com uma garoa forte, que continuou caindo durante toda a noite.
Pucón – Vulcão Lanin – 29/12/2009
Acordamos com chuva, levantamos acampamento com chuva e saímos pedalar com chuva. Molhados e com frio seguimos em direção ao Paso Mamuil Malal para entrarmos novamente na Argentina.
Os primeiros 50 km foram relativamente tranqüilos, apesar do tempo ruim. Paramos para descansar em Curarrehue e como ainda estava cedo para o almoço, resolvemos seguir. Essa foi a pior decisão, pois daquele momento em diante não encontramos outro local para uma boa refeição.
Logo após a saída de Curarrehue o asfalto dá lugar ao famoso e temido rípio. Rípio é como chamam as estradas de terra/pedras soltas na Argentina e no Chile. São horríveis para qualquer tipo de locomoção. Para agravar a nossa situação, começamos a subida do paso
Em alguns trechos nossa velocidade caiu para míseros 5 km/h. Que sofrimento! As horas foram passando, a fome aumentando e nada da subida acabar. Percebi que ao programar este dia menosprezei o aclive, pois ele seria apenas de 1000m. Não contei com a estrada ruim e muito menos com a possibilidade de chuva.
Quando pensei ter chego ao fim, encontrei um morador e recebi a notícia que faltava mais um pouco e logo depois senti que havia algo de errado com minha bicicleta. O pneu estava furado. Que M...! Tentei apenas encher e seguir, mas não funcionou. Parei, pedi para o Gustavo as espátulas e falei para ele seguir e avisar o Romulo. Foi horrível trocar a câmara, pois estava com tanto frio que não sentia meus dedos. Demorei um tempo enorme para tirar a câmara de dentro do pneu e outro tempo gigantesco para encontrar o maldito arame preso na roda. Sempre lembrando que tudo isso ocorreu abaixo de chuva. Quando terminei o serviço comecei a pedalar num ritmo alucinante para tentar recuperar os minutos perdidos, porém ao fazer uma curva para a direita tive a grande surpresa de ver o vulcão Lanin na minha frente.
Quando pensei ter chego ao fim, encontrei um morador e recebi a notícia que faltava mais um pouco e logo depois senti que havia algo de errado com minha bicicleta. O pneu estava furado. Que M...! Tentei apenas encher e seguir, mas não funcionou. Parei, pedi para o Gustavo as espátulas e falei para ele seguir e avisar o Romulo. Foi horrível trocar a câmara, pois estava com tanto frio que não sentia meus dedos. Demorei um tempo enorme para tirar a câmara de dentro do pneu e outro tempo gigantesco para encontrar o maldito arame preso na roda. Sempre lembrando que tudo isso ocorreu abaixo de chuva. Quando terminei o serviço comecei a pedalar num ritmo alucinante para tentar recuperar os minutos perdidos, porém ao fazer uma curva para a direita tive a grande surpresa de ver o vulcão Lanin na minha frente.
Naquele momento esqueci todos os contratempos e dificuldades do dia. Fui hipnotizado pela majestosa montanha à minha frente. Mesmo não enxergando o cume, por causa das nuvens, ele era perfeito. Nessa hora minha roda dianteira entrou num dos inúmeros buracos da estrada e eu acabei caindo. Na queda bati a coxa direita no guidão. A dor foi instantânea, mas levantei rapidamente, peguei a bicicleta e continuei. Alguns metros depois percebi que meu guidão entortara e decidi que iria arrumá-lo na aduana, que já estava próxima.
Na aduana encontrei meus dois companheiros tremendo de frio e “mortos” de fome. Enquanto o guarda fazia os trâmites, decidimos não percorrer o resto do trajeto programado para aquele dia, pois as horas já passavam das 16 e ainda faltavam infinitos 70 km de descida. Sem falar na hipotermia que poderíamos sofrer, pois se já estávamos com muito frio na subida, imaginem na descida.
Tentamos autorização para dormir nas aduanas e tanto na chilena, quanto na argentina a resposta foi a mesma: NÃO. Ao menos nos indicaram um camping que ficava a uns 5 km pra frente.
O camping salvador ficava “ao lado” do Lanin. Conversamos com o dono, descobrimos que na noite anterior havia nevado na base do vulcão e por isso estava tão frio e ainda negociamos nossa pernoite no chuveiro, isto é, no espaço onde haviam dois chuveiros inutilizados por falta de água quente. Não era o melhor lugar do mundo para dormir, mas pelo menos era coberto e não iríamos precisar montar acampamento abaixo de chuva. No mesmo local havia uma proveduria, que é uma espécie de mercearia e nossa fome foi saciada. Sem banho, apenas trocamos de roupa, entramos nos sacos de dormir e ainda tremendo de frio pegamos no sono bem cedo, aproximadamente as 19h.
Assim fechamos mais um dia de nossa viagem. Foram 82 km de muito sofrimento e no final das contas até aquele cachorro que tiramos foto em Santiago parecia estar melhor do que nós.
Tentamos autorização para dormir nas aduanas e tanto na chilena, quanto na argentina a resposta foi a mesma: NÃO. Ao menos nos indicaram um camping que ficava a uns 5 km pra frente.
O camping salvador ficava “ao lado” do Lanin. Conversamos com o dono, descobrimos que na noite anterior havia nevado na base do vulcão e por isso estava tão frio e ainda negociamos nossa pernoite no chuveiro, isto é, no espaço onde haviam dois chuveiros inutilizados por falta de água quente. Não era o melhor lugar do mundo para dormir, mas pelo menos era coberto e não iríamos precisar montar acampamento abaixo de chuva. No mesmo local havia uma proveduria, que é uma espécie de mercearia e nossa fome foi saciada. Sem banho, apenas trocamos de roupa, entramos nos sacos de dormir e ainda tremendo de frio pegamos no sono bem cedo, aproximadamente as 19h.
Assim fechamos mais um dia de nossa viagem. Foram 82 km de muito sofrimento e no final das contas até aquele cachorro que tiramos foto em Santiago parecia estar melhor do que nós.
Vulcão Lanin – San Martin de Los Andes – 30/12/2009
O dia começou sem chuva, mas com muito frio e bastante nevoeiro. A névoa cobria o Lanin e nem conseguimos tirar fotos do vulcão pela manhã. Seguimos pela estrada de rípio e logo avistamos uma placa dizendo que estávamos dentro do Parque Nacional Lanin. Parque no qual está situada a cidade de San Martin de Los Andes, nosso destino daquele dia. Entretanto nossa rota iria sair e depois voltar ao parque.
Com paisagens belíssimas nem percebemos os doze primeiros quilômetros no rípio, mas quando ao longe avistamos o asfalto, a felicidade estava quase completa. Completa ela ficou com a combinação asfalto, vento a favor e sol. Era um dia perfeito.
Nossa parada para almoço foi na cidade de Junin de Los Andes. Comemos as deliciosas empanadas argentinas num local onde haviam vários estabelecimentos de gastronomia e ainda secamos nossas roupas na grama.
Recuperados do susto, voltamos para enfrentar o vento contra. Perto da cidade o trânsito aumentou consideravelmente e tivemos que pedalar com bastante cuidado, pois não havia acostamento.
Em San Martin de Los Andes, acessamos a internet, passamos no mercado e fomos ver lojas. Numa delas o Gustavo comprou um pneu melhor para agüentar o resto da viagem e em outra ficamos maravilhados com os equipamentos de camping/frio.
Contudo, o melhor estava por vir: O lago Lacar, que é o primeiro da Ruta dos 7 Lagos, e na minha opinião, o mais belo. À beira do lago tiramos muitas fotos e depois seguimos para um camping que ficava a uns 4 km da cidade. Durante o trajeto até o camping, nos deliciamos com a perfeita vista do lago com a cidade ao fundo e mais uma vez entramos no Parque Nacional Lanin.
Para chegarmos no local de acampamento tivemos que descer uma encosta íngreme e um pensamento foi inevitável: Puts, amanhã teremos que subir isso!
Quando fui perguntar para uma moça quem era o responsável pelo local, o fiz em espanhol. Então logo chegou o Gustavo, com sua bandeira do Brasil, e ela exclamou em alto e bom som: Vocês são brasileiros! E a conversa rendeu. Ela e seu namorado (não lembro o nome deles) eram de Florianópolis e estavam viajando de ônibus pela Patagônia.
Acertamos com o dono, montamos nossas barracas e tomamos aquele belo banho quente. Aqui vale destacar que o chuveiro era muito bom e o banho está entre um dos melhores da viagem. Jantamos, conversando mais um pouco com o casal catarinense e fomos dormir as margens do lago Lacar com um céu extremamente estrelado. Eta coisa boa!
Comparado com o anterior, o dia foi espetacular. 114 km a mais no odômetro
Em San Martin de Los Andes, acessamos a internet, passamos no mercado e fomos ver lojas. Numa delas o Gustavo comprou um pneu melhor para agüentar o resto da viagem e em outra ficamos maravilhados com os equipamentos de camping/frio.
Contudo, o melhor estava por vir: O lago Lacar, que é o primeiro da Ruta dos 7 Lagos, e na minha opinião, o mais belo. À beira do lago tiramos muitas fotos e depois seguimos para um camping que ficava a uns 4 km da cidade. Durante o trajeto até o camping, nos deliciamos com a perfeita vista do lago com a cidade ao fundo e mais uma vez entramos no Parque Nacional Lanin.
Para chegarmos no local de acampamento tivemos que descer uma encosta íngreme e um pensamento foi inevitável: Puts, amanhã teremos que subir isso!
Quando fui perguntar para uma moça quem era o responsável pelo local, o fiz em espanhol. Então logo chegou o Gustavo, com sua bandeira do Brasil, e ela exclamou em alto e bom som: Vocês são brasileiros! E a conversa rendeu. Ela e seu namorado (não lembro o nome deles) eram de Florianópolis e estavam viajando de ônibus pela Patagônia.
Acertamos com o dono, montamos nossas barracas e tomamos aquele belo banho quente. Aqui vale destacar que o chuveiro era muito bom e o banho está entre um dos melhores da viagem. Jantamos, conversando mais um pouco com o casal catarinense e fomos dormir as margens do lago Lacar com um céu extremamente estrelado. Eta coisa boa!
Comparado com o anterior, o dia foi espetacular. 114 km a mais no odômetro
San Martin de Los Andes – Villa la Angostura – 31/12/2009
Conhecido como Ruta dos 7 Lagos, o trajeto entre as duas cidades citadas acima é um dos mais belos da província de Neuquén-Arg.
Começamos o dia subindo a encosta relatada no dia anterior e já na estrada principal, continuamos em ascensão. Durante os aclives encontramos um casal gaúcho que viajava de moto com destino a Ushuaia. Conversamos um pouco, ganhamos dicas sobre roupas de frio e nos despedimos.
Tudo muito bom, tudo muito bem, mas a chuva resolveu aparecer. Começou como garoa fina e foi aumentando gradativamente. Ficamos indignados. A pedalada estava deixando de ser um prazer e se tornando um martírio. Mesmo com o tempo ruim, tiramos fotos, mas que ficariam muito melhor com um belo sol.
Depois de 47 km de asfalto, o rípio voltou e novamente estávamos enfrentando o frio, a chuva, o rípio e as subidas. Felizmente existiam alguns fortes declives para recuperarmos o fôlego, entretanto não pudemos descansar muito nas descidas, pois a estrada molhada exigia muita atenção.
Acho que a partir do km 60 eu estava tão bravo com as condições climáticas que não aproveitei completamente a visão dos lagos. Ao menos tirei algumas fotos.
De repente o Gustavo avisa que sua câmara estava furada e pede para seguirmos. Combinamos, caso ele não conseguisse nos alcançar normalmente, de esperá-lo no final da estrada.
Seguimos alguns quilômetros e decidimos (Romulo e eu) parar para almoçar e ver se o Gustavo já estava vindo. Detalhe que as horas já passavam das 16. Eu estava com muita fome. Terminamos de comer e como nosso amigo não apareceu, fomos em frente. No caminho encontramos um cicloturista alemão que vinha no sentido oposto e um pouco mais a frente um argentino que viajava de carro nos ofereceu um mate. Depois a chuva aumentou consideravelmente e mesmo com as capas de proteção, molhamos nossas mochilas.
Quando chegamos no final da estrada de ripio, havia uma bifurcação. Ali esperamos o Gustavo durante 50 minutos abaixo de muita chuva. Durante esse tempo nosso corpo esfriou e tremíamos de frio. Foi então que decidimos seguir até Villa la Angostura que ficava a 9 km virando para a esquerda na bifurcação. Pedalando novamente no asfalto, aceleramos muito para esquentar o corpo. Durante este último trecho do dia, vimos nosso amigo Gustavo passar de carona em cima de uma caminhonete. Com certeza estava em melhores condições.
Tiramos algumas fotos do belíssimo Lago Nahuel Huapi e logo chegamos no nosso destino.
Villa la Angostura é uma cidade pequena voltada para o turismo. Suas belezas naturais são impressionantes. Montanhas nevadas, lagos, bosques, etc.
Visivelmente estressados com o clima, decidimos procurar uma pousada para um melhor descanso. Neste momento encontramos o casal catarinense novamente. Estavam secos e não haviam passado frio. Fiquei com uma pontinha de inveja...ahaha.
Já na pousada pudemos analisar a nossa situação: Bicicletas cheias de areia/barro, roupas encharcadas, mochilas molhadas, etc. Nosso quarto ficou uma bagunça geral, pois esticamos as roupas para secá-las.
Na hora do banho o chuveiro estava frio e eu decidi não entrar. Apenas troquei de roupa e pronto. Pelo menos uma coisa boa havia no local: A dona da casa estava preparando uma farta ceia de ano novo. Infelizmente não fomos convidados para participar da comilança e tivemos que nos contentar com polenta (sem tempero), um refri e uma salada.
Na hora de dormir ficamos lembrando da véspera de natal e comparando com os 106 km da véspera de ano novo. Cheguei à conclusão que odeio chuva...ahaha. No final decidimos que o dia 1º de janeiro seria dedicado ao ócio caso a chuva continuasse.
Visivelmente estressados com o clima, decidimos procurar uma pousada para um melhor descanso. Neste momento encontramos o casal catarinense novamente. Estavam secos e não haviam passado frio. Fiquei com uma pontinha de inveja...ahaha.
Já na pousada pudemos analisar a nossa situação: Bicicletas cheias de areia/barro, roupas encharcadas, mochilas molhadas, etc. Nosso quarto ficou uma bagunça geral, pois esticamos as roupas para secá-las.
Na hora de dormir ficamos lembrando da véspera de natal e comparando com os 106 km da véspera de ano novo. Cheguei à conclusão que odeio chuva...ahaha. No final decidimos que o dia 1º de janeiro seria dedicado ao ócio caso a chuva continuasse.
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