Mais um sonho/desafio realizado.
Foram 2132km entre Paranaguá e Montevideo, passando pela serra catarinense e gaúcha, pelo exremo sul do Brasil e atravessando o Uruguai. Agradeço aqui todas as pessoas que me ajudaram a completar mais esse trajeto. Durante o relato vou citar cada um.
Primeiramente vou colocar os links do planejamento, das fotos e do vídeo, depois coloco o relato detalhado.
*Planejamento:
http://pedalandosemfronteiras.blogspot.com.br/2012/12/uruguai-ai-vou-eu-ebaaaaaaaaaaaaaa.html
*Todas as fotos
http://aramisjunior.multiply.com/photos/album/65/65
*Vídeo
Relato
3º dia - Caldas da Imperatriz - Rio Fortuna - 101 km
4º dia - Rio Fortuna - Serra do Corvo Branco - Urubici - 93 km
5º dia - Tour em Urubici - 84 km
6º dia - Urubici - Serra do Rio do Rastro - 85 km
7º dia - Serra do Rio do Rastro/SC - Cânion Monte Negro - Silveira/RS - 86 km
8º dia - Silveira - Cambará do Sul - 78 km
9º dia - Cambará do Sul - Cânion Fortaleza - 49 km
10º dia - Cambará do Sul - Lagoa dos Barros - 190 km
11º dia - Lagoa dos Barros - Tavares - 180 km
12º dia - Tavares - Praia do Cassino - 163 km
13º dia - Praia do Cassino - Posto Alvorada (Estação Ecológica do Taim) - 173 km
14º dia - Posto Alvorada (Estação Ecológica do Taim) - Barra do Chuí (Extremo sul do Brasil) - 101 km
15º dia - Barra do Chuí(Extremo sul do Brasil) - Rocha (Uruguay) - 174 km
16º dia - Rocha - Punta del Este - Piriápolis - 154 km
Último dia - Piriápolis - Montevideo - 99 km
1º e 2º dia – Paranaguá –
Piçarras – Caldas da Imperatriz
Comecei mais uma aventura
esquecendo o camelbak em casa, mas graças a minha abençoada mãe, que ligou no
meu celular, voltei rapidamente para pegar a mochila de hidratação. Ufa!
Tirando esse pequeno contratempo, tudo ocorreu na mais perfeita ordem, ou seja, percorri rapidamente o trajeto entre Paranaguá e Matinhos e exatamente as 8h e 30m já estava no ferry boat para Guaratuba.
Tirando esse pequeno contratempo, tudo ocorreu na mais perfeita ordem, ou seja, percorri rapidamente o trajeto entre Paranaguá e Matinhos e exatamente as 8h e 30m já estava no ferry boat para Guaratuba.
O tempo estava nublado e não
demorou para que eu enfrentasse uma leve garoa. Muito bem vinda por sinal.
Duas horas se passaram até eu chegar na BR 101, no trevo de Garuva. Depois percorri mais uns 40km e parei para um merecido descanso no posto Zandoná, um pouco a frente de estrada principal de Joinville.
Duas horas se passaram até eu chegar na BR 101, no trevo de Garuva. Depois percorri mais uns 40km e parei para um merecido descanso no posto Zandoná, um pouco a frente de estrada principal de Joinville.
Almocei, descansei e depois segui
os últimos quilômetros até Barra Velha/SC, onde eu pretendia pernoitar. Acabei
chegando muito cedo no destino e decidi esticar até Piçarras/SC. Foi uma sábia
decisão, pois encontrei um camping, praticamente vazio, a uma quadra do mar.
Terminei o dia, as 16h, com um merecido mergulho nas águas, não tão bonitas, da praia de Piçarras/SC.
Terminei o dia, as 16h, com um merecido mergulho nas águas, não tão bonitas, da praia de Piçarras/SC.
O odômetro marcou 181 km.
Diferente do dia anterior, o
segundo começou com um belo nascer no sol e antes de voltar para a monótona BR
101, aproveitar para registrar a belíssima imagem do astro rei refletindo no
mar de Piçarras. Isso deixou a praia bem mais bonita.
Depois segui meu trajeto rumo ao
sul. Tive que me hidratar bastante, pois o calor estava forte. Passei pela
entrada dos balneários de Penha, Navegantes e Itajaí e quando estava a caminho
de Camboriú encontrei outro cicloturista. O Fernando estava pedalando até Rio
Grande/RS. Conversei rapidamente com ele e descobri que o mesmo já havia feito
uma pedalada entre Rio Grande e Barretos. Desejei sorte e comentei que talvez
nos encontrássemos novamente, pois eu iria desviar para as serras e
provavelmente ele me ultrapassaria.
Seguindo meu caminho passei por
Camboriú, Tijucas, Biguaçu e parei para almoçar em São José, um pouco antes
da entrada principal de Florianópolis.
Devidamente abastecido segui para
Santo Amaro da Imperatriz e aqui vale ressaltar o grande susto da viagem: Eu
estava tranquilamente no acostamento quando um carro freou bruscamente atrás de
mim. Levei uma baita susto e depois fui informado que naquele trecho, entre São
José e Palhoça, os veículos são autorizados a transitar naquele local. Pedi
desculpas e na primeira oportunidade me direcionei para uma marginal.
Mas é F...., só no Brasil
acontece isso. Acostamento não é lugar de tráfego.
Recuperado do susto e já na
marginal fui perguntando o caminho para as pessoas e em poucos minutos eu já
estava fora da BR 101. Ufa!
Bastou virar para a direita e
comecei a ver a Serra do Tabuleiro, que seria enfrentada no terceiro dia.
Ao chegar em Santo Amaro me informaram de camping e pousadas em Caldas da Imperatriz, famosa por ser uma cidade com águas termais. Não demorei muito para encontrar Caldas, mas infelizmente o tal camping não existia e na pousada não havia uma alma viva. Pensei, pensei e decidi ir pra o hotel mais barato.
No hotel a diária custava R$ 100,00, mas com muita conversa e várias explicações sobre a viagem, consegui um desconto de 50%.
Ao chegar em Santo Amaro me informaram de camping e pousadas em Caldas da Imperatriz, famosa por ser uma cidade com águas termais. Não demorei muito para encontrar Caldas, mas infelizmente o tal camping não existia e na pousada não havia uma alma viva. Pensei, pensei e decidi ir pra o hotel mais barato.
No hotel a diária custava R$ 100,00, mas com muita conversa e várias explicações sobre a viagem, consegui um desconto de 50%.
Por R$ 50,00 eu pude desfrutar de
uma banheira de hidromassagem e de um farto café da manhã no dia seguinte.
Aqui vale relatar que a cidade de Caldas da Imperatriz/SC é muito bonita e aconchegante. Talvez valha a pena uma visita de alguns dias.
Aqui vale relatar que a cidade de Caldas da Imperatriz/SC é muito bonita e aconchegante. Talvez valha a pena uma visita de alguns dias.
Quem fez o cartaz precisa estuDar mais....hauahua
Terminei o 2º dia as 16h e percorri 146km debaixo de um sol muito forte.
3º dia – Caldas da Imperatriz – Rio Fortuna – 101 km
Acordei e fui
direto aproveitar o farto café da manhã do hotel. Quando estava devidamente
abastecido, peguei minhas coisas e comecei para mais um dia de pedalada.
3º dia – Caldas da Imperatriz – Rio Fortuna – 101 km
O tempo estava
nublado, bem diferente do dia anterior e a chance de eu enfrentar uma bela
chuva era grande.
Logo na saída
da cidade a subidas começaram. Troquei para a marcha leve e fui apreciando a
exuberante Serra do Tabuleiro.
Nesta nova
estrada, bem menos movimentada, percorri uns 10 km de uma pequena montanha
russa e enfim cheguei no maior desafio da Serra do Tabuleiro. Desafio que
consistia em aproximadamente 10
km de fortes aclives, intercalados com algumas descidas
médias.
Logo que
comecei a escalada, a chuva deu o ar de sua graça, entretanto não me preocupei
muito com ela e tentei apreciar ao máximo a paisagem.
Ao sair do
mirante eu já sabia que havia vencido o desafio programado para o terceiro dia
e feliz da vida desci até a cidade de São Bonifácio.
Ao chegar no
perímetro urbano da cidade parei na frente de um supermercado, degustei dois
pães que eu havia comprado no dia anterior e conversei com um senhor que
abandonou sua vida agitada em Florianópolis e comprou uma casa naquele paraíso.
Que inveja....hauahua
Após um bom
tempo de prosa decidi que não iria posar em São Bonifácio, pois
ainda eram 12 h.
Aproveitei que a chuva foi embora, despedi-me do
simpático senhor, atravessei a cidade e comecei a pedalar por uma estrada de
terra.
A paisagem,
totalmente rural, continuou fantástica. A cada minuto eu pegava a máquina e
tirava várias fotos.
Passei pelas vilas
de Santo Antonio, Santa Maria, Rio Sete e Rio Gabiroba, onde segui para a
esquerda e enfrentei as últimas subidas do dia.
Cheguei em Rio Fortuna antes das
16h e acabei ficando num hotel simples.
Depois de tomar banho e lavar todas as roupas que eu estava usando, passei no
supermercado ao lado do hotel e comprei meu jantar: Frutas, pães, presunto,
queijo e refri.
O terceiro dia terminou com 101
km de paisagens incríveis.
4º dia – Rio Fortuna – Serra do Corvo Branco – Urubici – 93 km
Enfim eu iria conhecer a famosa Serra do Corvo Branco. Esta serra estava nos meus planos em algumas expedições, mas por diversos contratempos eu nunca cheguei até lá. Contudo, desta vez foi diferente.
Em Aiurê fiz uma pequena pausa para comer algumas bolachas e tomar uma água. É óbvio que acabei dividindo um pouco do meu lanche com o Wilson II.
Somei 93 km ao odômetro. Foi um dia cansativo e fantástico.
5º dia – Tour em Urubici – 84 km
Foi uma sábia decisão ficar um Urubici, pois o quinto dia da expedição amanheceu perfeito. Logo cedo o sol reinava no horizonte.
4º dia – Rio Fortuna – Serra do Corvo Branco – Urubici – 93 km
Enfim eu iria conhecer a famosa Serra do Corvo Branco. Esta serra estava nos meus planos em algumas expedições, mas por diversos contratempos eu nunca cheguei até lá. Contudo, desta vez foi diferente.
Acordei pensando na subida de 28 km que enfrentaria, tomei
o café da manha do hotel pensando e comecei a pedalada pensando nela. Estava ao
mesmo tempo eufórico e temeroso pela grande subida.
Ao sair de Rio Fortuna, percorri
rapidamente os míseros 20 km
até Braço do Norte, cidade que achei bem charmosa. Depois foram 12 km até Grão Pará, onde
terminou o asfalto.
Quando comecei a pedalar pela
estrada de terra, as 9h e 40 m,
pensei que logo enfrentaria a serra, mas para a minha felicidade, o terreno
alternava subidas e descidas pequenas.
No término de um pequeno aclive eu parei na frente de um ponto de ônibus e fui “tirar a água do joelho”, mas percebi que havia algo no ponto e decidi olhar. Lá havia um cachorro muito assustado que parecia abandonado. Resolvi apenas tirar uma foto, mas quando fui continuar a pedalada, ele resolveu me seguir. Tentei evitar que ele continuasse, mas quando vi que não tinha jeito, comecei a incentivá-lo. Dei até um nome para o meu companheiro: Wilson II, pois foi o segundo cachorro a me seguir em viagens. O primeiro foi na Patagônia.
Juntos percorremos os 14 km entre Grão Pará e Aiurê, uma vila com uma bela lenda sobre o seu nome.
No término de um pequeno aclive eu parei na frente de um ponto de ônibus e fui “tirar a água do joelho”, mas percebi que havia algo no ponto e decidi olhar. Lá havia um cachorro muito assustado que parecia abandonado. Resolvi apenas tirar uma foto, mas quando fui continuar a pedalada, ele resolveu me seguir. Tentei evitar que ele continuasse, mas quando vi que não tinha jeito, comecei a incentivá-lo. Dei até um nome para o meu companheiro: Wilson II, pois foi o segundo cachorro a me seguir em viagens. O primeiro foi na Patagônia.
Juntos percorremos os 14 km entre Grão Pará e Aiurê, uma vila com uma bela lenda sobre o seu nome.
Em Aiurê fiz uma pequena pausa para comer algumas bolachas e tomar uma água. É óbvio que acabei dividindo um pouco do meu lanche com o Wilson II.
Depois desse descanso, segui meu
trajeto e menos de um quilômetro à frente encontrei a placa que indicava o
início da serra.
Filmei, fotografei e me preparei mentalmente para a subida mais difícil da aventura. Pelo menos seriam “apenas” 14 km de aclives e não os 28 que eu havia imaginado.
Logo no começo a subida é brutal. Foram aproximadamente dois quilômetros com uma inclinação bem forte. Ao terminar essa primeira parte fiz uma pausa para recuperar o fôlego. Acho que o Wilson II agradeceu...ahahaha
Felizmente os cinco mil metros seguintes amenizaram o cansaço, pois além da inclinação diminuir, apareceram algumas descidas. Ufa!
Filmei, fotografei e me preparei mentalmente para a subida mais difícil da aventura. Pelo menos seriam “apenas” 14 km de aclives e não os 28 que eu havia imaginado.
Logo no começo a subida é brutal. Foram aproximadamente dois quilômetros com uma inclinação bem forte. Ao terminar essa primeira parte fiz uma pausa para recuperar o fôlego. Acho que o Wilson II agradeceu...ahahaha
Felizmente os cinco mil metros seguintes amenizaram o cansaço, pois além da inclinação diminuir, apareceram algumas descidas. Ufa!
Entretanto a alegria durou pouco,
pois os últimos 7 km
foram desumanos.
Eu subia, subia, subia, mas nunca
chegava ao fim. Algo parecido com a cordilheira dos Andes ou com os Alpes.
Fiz diversas paradas para tirar fotos e consequentemente descansar. Mesmo exausto eu pude apreciar toda beleza e magnitude do local. Incrível!
No final enfrentei as famosas curvas de 180º e uma densa neblina que impossibilitou um registro fotográfico melhor.
Fiquei tão feliz ao percorrer os últimos metros, onde a estrada literalmente corta dois imensos paredões, que comecei a gritar: ALELUIA, ALELUIA!
Fiz diversas paradas para tirar fotos e consequentemente descansar. Mesmo exausto eu pude apreciar toda beleza e magnitude do local. Incrível!
No final enfrentei as famosas curvas de 180º e uma densa neblina que impossibilitou um registro fotográfico melhor.
Fiquei tão feliz ao percorrer os últimos metros, onde a estrada literalmente corta dois imensos paredões, que comecei a gritar: ALELUIA, ALELUIA!
Fiquei um bom tempo no topo,
apreciando a paisagem, agradecendo e descansando, é óbvio. Olhei no velocímetro
e vi que a subida do Corvo Branco durou 3h.
Tirei muitas fotos do local,
inclusive fotos do Wilson II que estava firme e forte ao meu lado.
Já recuperado, continuei o pedal.
O destino seria Urubici, mas sem conhecer o Morro da Igreja e a Pedra Furada,
pois um pouco antes do final da subida da serra, um senhor me avisou que não
adiantaria conhecer tais lugares por causa do nevoeiro. Lembrando que os dois
locais que citei são famosos pelas baixas temperaturas no inverno.
Percorri mais alguns quilômetros na estrada de terra e logo voltei para o asfalto. Asfalto novinho e muito bem feito.
Percorri mais alguns quilômetros na estrada de terra e logo voltei para o asfalto. Asfalto novinho e muito bem feito.
Foi neste momento que me separei o Wilson II, pois ao pegar uma descida, ele
não conseguiu acompanhar a minha velocidade. Só fui perceber a sua ausência
quando eu já estava bem longe do declive. Tomara que ele tenha encontrado um
dono.
Já em Urubici, comecei a perguntar sobre o albergue Alternativo, pois o Marco e o Pakato, amigos de pedal, falaram muito bem do lugar. Como ninguém soube informar o local do albergue, eu tive que ir na casa de informações turísticas e em pouco tempo cheguei para o merecido descanso.
O proprietário do albergue é o simpático Sr. Sérgio José Lima. Seu estabelecimento fica ao lado da igreja de Urubici. Não tem erro.
Tomei um banho, fui ao supermercado, usei o computador do albergue para mandar notícias, assisti TV e tive uma longa prosa com o Sérgio.
Decidi que no dia seguinte eu iria continuar em
Urubici para então conhecer o Morro da Igreja, a Pedra Furada e as cachoeiras
Véu de Noiva e Avencal.Já em Urubici, comecei a perguntar sobre o albergue Alternativo, pois o Marco e o Pakato, amigos de pedal, falaram muito bem do lugar. Como ninguém soube informar o local do albergue, eu tive que ir na casa de informações turísticas e em pouco tempo cheguei para o merecido descanso.
O proprietário do albergue é o simpático Sr. Sérgio José Lima. Seu estabelecimento fica ao lado da igreja de Urubici. Não tem erro.
Tomei um banho, fui ao supermercado, usei o computador do albergue para mandar notícias, assisti TV e tive uma longa prosa com o Sérgio.
Somei 93 km ao odômetro. Foi um dia cansativo e fantástico.
5º dia – Tour em Urubici – 84 km
Foi uma sábia decisão ficar um Urubici, pois o quinto dia da expedição amanheceu perfeito. Logo cedo o sol reinava no horizonte.
Tomei café, peguei dicas preciosas com o Sérgio e sem o peso da bagagem, segui em direção ao Morro da Igreja.
Percorri rapidamente os 17 km
entre a cidade e o início da subida, mas um pouco antes de começar o aclive,
fui conhecer outra gruta chamada Nossa Senhora de Lourdes. Local bem
interessante e com uma sensação muito grande de paz.
Quando iniciei a famosa subida do Morro da Igreja, estava ansioso para conhecer o local mais frio do Brasil, porém o que eu senti foi muito calor por causa do forte aclive.
Os cinco primeiros quilômetros foram bem difíceis e me fizeram parar duas vezes para recuperar as energias.
Depois o caminho intercala subidas fortes e algumas descidas.
Passei pela placa que indicava a cascata Véu da Noiva, mas decidi conhecê-la na volta, pois o objetivo principal era conhecer a Pedra Furada que fica no Morro da Igreja.
Foram exatamente 17 km em 2h até o topo e lá em cima senti toda a magia da mãe natureza.
Fiquei longos minutos apreciando o local e é lógico que relembrei momentos fantásticos dos Andes e dos Alpes, pois a energia desses lugares é incrível.
Filmei, tirei fotos na beira do precipício, descansei, conversei com outros turistas e decidi ir embora.
A volta foi bem mais rápida e em poucos minutos eu estava novamente na placa que indicava a entrada da cascata Véu da Noiva.
Virei para a esquerda, desci aproximadamente 1 km por uma estrada de terra e cheguei em uma propriedade particular com pousada e restaurante. Ali comprei a entrada para a cascata, R$ 2,00, passei por uma catraca e caminhei poucos metros até ficar de frente para o paredão pelo qual a água descia.
Sentei em um banco e novamente só apreciei a mãe natureza.
Depois voltei para Urubici, almocei e me encaminhei para a outra atração da cidade: A cachoeira do Avencal, que fica a 7,5 km da cidade, indo em direção a São Joaquim.
Quando iniciei a famosa subida do Morro da Igreja, estava ansioso para conhecer o local mais frio do Brasil, porém o que eu senti foi muito calor por causa do forte aclive.
Os cinco primeiros quilômetros foram bem difíceis e me fizeram parar duas vezes para recuperar as energias.
Depois o caminho intercala subidas fortes e algumas descidas.
Passei pela placa que indicava a cascata Véu da Noiva, mas decidi conhecê-la na volta, pois o objetivo principal era conhecer a Pedra Furada que fica no Morro da Igreja.
Foram exatamente 17 km em 2h até o topo e lá em cima senti toda a magia da mãe natureza.
Fiquei longos minutos apreciando o local e é lógico que relembrei momentos fantásticos dos Andes e dos Alpes, pois a energia desses lugares é incrível.
Filmei, tirei fotos na beira do precipício, descansei, conversei com outros turistas e decidi ir embora.
A volta foi bem mais rápida e em poucos minutos eu estava novamente na placa que indicava a entrada da cascata Véu da Noiva.
Virei para a esquerda, desci aproximadamente 1 km por uma estrada de terra e cheguei em uma propriedade particular com pousada e restaurante. Ali comprei a entrada para a cascata, R$ 2,00, passei por uma catraca e caminhei poucos metros até ficar de frente para o paredão pelo qual a água descia.
Sentei em um banco e novamente só apreciei a mãe natureza.
Depois voltei para Urubici, almocei e me encaminhei para a outra atração da cidade: A cachoeira do Avencal, que fica a 7,5 km da cidade, indo em direção a São Joaquim.
Essa distância é dividida em duas
partes: A primeira é composta inteiramente por subidas e contém 6 km, mas a segunda é feita
totalmente de declives.
Ao entrar descobri que ali funciona um camping por R$ 5,00. Fica a dica.
Ao entrar descobri que ali funciona um camping por R$ 5,00. Fica a dica.
A cachoeira é infinitamente mais bonita que a conhecida de manhã. A queda d’água é enorme e deu muita vontade de estar na parte de baixo, mas o caminho é longo, com duração de aproximadamente 40 min.
Fiz o registro fotográfico com direito a arco-íris e comecei a voltar para o
albergue. O bom foi que na volta aqueles 6
km eram descidas e não perdi a oportunidade de
ultrapassar os 60 km/h,
mas por duas vezes tive que parar no meio do caminho. A primeira foi no mirante
da cidade (vista parecida com o caminho para o Alpe D’Huez na França) e a
segunda parada ocorreu nas inscrições rupestres, ambas à beira da estrada.
Ao chegar no albergue fui convidado para um churrasco. Tomei um banho, comi dois pães, acessei a internet e então acompanhei o Sérgio até o churrasco.
Aqui vale destacar que o Sérgio e
seus amigos se reúnem toda quinta-feira para um churrasco. A cada semana um
integrante do grupo fica responsável pelas despesas e os outros pagam somente a
bebida consumida.
Foram momentos inesquecíveis que
vivi com o pessoal. Muitas piadas e zoações. Pena que não pude ficar muito
tempo, pois tinha um longo trajeto para o dia seguinte.
Despedi-me do pessoal, agradeci
por tudo e junto com o Sérgio, voltei para o albergue.
Finalizei o dia com 84 km e muita história para contar. Obrigado Sérgio Lima.
6º dia – Urubici – Serra do Rio do Rastro – 85 km
Havia chego o momento de deixar Urubici e o albergue alternativo. Deixo aqui a dica: Se for para Urubici, não deixe de conhecer o Sérgio Lima e seu albergue. As instalações são ótimas e a companhia é a melhor possível.
Comecei a pedalada diária às 7h e enfrentei novamente os 6 km de subidas até a entrada
da cachoeira do Avencal. Ali fiz uma pequena parada para recuperar as energias
e depois de alguns minutos continuei o aclive. Foram mais uns 5 km de sofrimento até o fim
da escalada, mas a beleza da serra catarinense compensava o esforço. Fazendas,
cavalos, vacas, pássaros e muita vegetação fazem parte dessa incrível região.
Lá no alto fiz outra pausa, coloquei uma camisa segunda pele e uma proteção nos ouvidos, pois pelo planejamento eu iria percorrer um longo trecho em declive. Que beleza!
Lá no alto fiz outra pausa, coloquei uma camisa segunda pele e uma proteção nos ouvidos, pois pelo planejamento eu iria percorrer um longo trecho em declive. Que beleza!
Bingo! O planejamento estava
correto. Deliciei-me com aproximadamente 20 km de descidas, sendo que algumas eram bem
fortes.
Aqui vale destacar o Antonio
César Cogo, um atleta/viajante que estava fazendo uma caminhada de alguns dias
entre as cidades de Torres/RS e Urubici/SC. Quando eu o vi, parei imediatamente
para conversar e descobri uma pessoa fantástica. O Antonio é professor de
Educação Física e corredor de ultra maratonas, mas como estava de férias,
resolveu caminhar um “pouco”. Ambos ficamos espantados com as aventuras do
outro e combinamos um pedal na cordilheira do Andes algum dia. No fim ele me
deu algumas frutas e depois nos despedimos. Deixo aqui a minha admiração pelo
Antonio César. É preciso muita força de vontade para fazer o que ele faz.
Pois bem, depois de descer
bastante, eu ainda subi uns 10
km relativamente fáceis e enfim cheguei ao trevo para
Bom Jardim da Serra. As horas marcavam 11h e 15min quando virei para a esquerda
e enfrentei um longo trecho de montanha russa. O bom foi que eu já conhecia
esse trajeto e pude relembrar diversos momentos da pedalada de julho de 2009.
Isso fez com que o tempo passasse “mais rápido” e quando me dei conta já estava
em Bom Jardim.
Atravessando a cidade resolvi ligar para casa, pois não tinha a certeza do funcionamento do celular no meu local de acampamento. Depois da ligação segui para o mirante da serra mais bonita do Brasil: A Serra do Rio do Rastro. ”Fantasticamente fantástica”, surreal, incrível, perfeita, maravilhosa, etc. Talvez adjetivo nenhum descreva a sensação de visualizar aquela serra. Era a quarta vez que eu estava visitando o local e em todas elas, meus olhos estavam brilhando.
Atravessando a cidade resolvi ligar para casa, pois não tinha a certeza do funcionamento do celular no meu local de acampamento. Depois da ligação segui para o mirante da serra mais bonita do Brasil: A Serra do Rio do Rastro. ”Fantasticamente fantástica”, surreal, incrível, perfeita, maravilhosa, etc. Talvez adjetivo nenhum descreva a sensação de visualizar aquela serra. Era a quarta vez que eu estava visitando o local e em todas elas, meus olhos estavam brilhando.
Inicialmente tirei fotos e filmei, depois conversei com uma família que estava
interessada nos detalhes da minha viagem e por fim armei minha barraca no
gramado que ficava atrás dos banheiros.
Exatamente às 15h eu já estava
sentado, no muro do mirante, comendo meu lanche da tarde e apreciando a
belíssima serra, do mesmo jeito que fiz em 2009 e 2010. Então um casal de
Rolante/RS puxou conversa comigo. Falamos sobre nossas viagens, conversamos
sobre a bíblia e no fim eu ganhei um livro religioso. Agradeci muito e nos despedimos.
Voltei para a barraca e dormi por umas duas horas. Ao acordar, o dia já estava no fim e bastou esperar alguns minutos para que, pela segunda vez, meus olhos pudessem ver a iluminação da Serra do Rio do Rastro. Fiquei um bom tempo filmando e tirando fotos das curvas que pareciam estar pegando fogo.
Assim terminei o sexto dia da expedição. Somei mais 85 km a quilometragem total.Voltei para a barraca e dormi por umas duas horas. Ao acordar, o dia já estava no fim e bastou esperar alguns minutos para que, pela segunda vez, meus olhos pudessem ver a iluminação da Serra do Rio do Rastro. Fiquei um bom tempo filmando e tirando fotos das curvas que pareciam estar pegando fogo.
7º dia – Serra do Rio do
Rastro/SC – Cânion Monte Negro – Silveira/RS – 86 km
Madruguei para acompanhar o nascer do sol na serra, mas infelizmente o nevoeiro tomou conta do local e o jeito foi desmontar acampamento, comer algo e seguir viagem.
Comecei a pedalar as 7h e em meia
hora eu já estava novamente na cidade de Bom Jardim da Serra, onde peguei o
caminho denominado Rota dos Cânions.
Eu havia percorrido o mesmo trecho em 2009 (veja o relato) e lembrava muito bem da “maldita” estrada cheia de pedras, buracos e subidas, porém, desta vez tudo começou diferente, pois já existe asfalto nos primeiros quilômetros. Foram 3 km perfeitos e outros três de terra batida até começarem os buracos.
Talvez pela razão de já conhecer o trajeto, desta vez não achei tão difícil enfrentar os solavancos proporcionados pelo terreno acidentado. O mais complicado foi enfrentar subidas e mais subidas.
Tentei esquecer as dificuldades e focar nas belíssimas paisagens da serra catarinense. Pude ver corucaras (ave típica da região), cavalos, bois, rios e muito, mas muito verde.
Após uma longa subida, avistei ao
longe a divisa entre os estados de SC e RS. Depois desci bastante e fiz uma
parada para descanso na guarita que fiscaliza a passagem de carga animal. As
horas marcavam onze e um quarto.
Na guarita, enquanto comia
algumas bolachas, conversei com o fiscal e perguntei se ele havia conhecido o
Marco e o Pacato, amigos de pedal que fizeram o mesmo trajeto entre novembro de
2012. O fiscal confirmou a passagem dos dois e ainda mostrou um cartão que
ganhou do Marco e depois o papo rendeu.
Depois de muita conversa e um bom
descanso, continuei meu pedal solitário. Atravessei o rio que faz a divisa dos
estados, tirei foto da placa que dá boas vindas ao RS e subi muito.
Foram 14 km de aclives com esporádicas retas que serviam de “descanso” até chegar na bifurcação que leva para o Pico/Cânion Monte Negro, o ponto mais alto do Rio Grande do Sul.
Foram 14 km de aclives com esporádicas retas que serviam de “descanso” até chegar na bifurcação que leva para o Pico/Cânion Monte Negro, o ponto mais alto do Rio Grande do Sul.
Novamente vale ressaltar que a
perfeição da natureza aliviava o cansaço mental e corporal.
Pois bem, fui para a esquerda e enfrentei aproximadamente 5 km de muito cascalho e algumas porteiras até chegar ao cânion. A dica para não se perder é sempre pegar o caminho da esquerda nesses 5 km.
Pois bem, fui para a esquerda e enfrentei aproximadamente 5 km de muito cascalho e algumas porteiras até chegar ao cânion. A dica para não se perder é sempre pegar o caminho da esquerda nesses 5 km.
Fiquei longos minutos tirando
fotos, filmando e apreciando o imenso paredão que estava a minha frente.
Agradeci muito por ter esse privilégio.
Com a energia renovada voltei
pelo mesmo caminho até a primeira bifurcação e dessa vez fui para a direita.
Confesso que fui surpreendido pelo relevo, pois anotei no planejamento essa
parte seria de descidas. Devo ter visto errado, pois enfrentei mais 4 km de ascensão e só depois
desci. Entretanto, no final enfrentei a última subida do dia e logo cheguei na
vila de Silveira.
Decidi ir para a mesma pousada de 2009.
Tomei um banho, lavei todas as roupas de ciclismo, fui ao mercado e depois fiquei deitado assistindo TV e lendo revistas religiosas e científicas que ganhei na Serra do Rio do Rastro.
Terminei o dia as 16h e feliz da vida, pois a parte
mais difícil da expedição tinha passado. De Silveira pra frente o relevo não
seria tão complicado e logo eu estaria pedalando no litoral novamente, ou seja,
trajeto plano.Decidi ir para a mesma pousada de 2009.
Tomei um banho, lavei todas as roupas de ciclismo, fui ao mercado e depois fiquei deitado assistindo TV e lendo revistas religiosas e científicas que ganhei na Serra do Rio do Rastro.
Anotei mais 86 km no odômetro.
8º dia – Silveira – Cambará do
Sul – 78 km
Acordei cedo, tomei um bom café da manhã na pousada e começar a pedalar as 7:15.
Enfrentei subidas e descidas até
São José dos Ausentes e no caminho pude tirar fotos do belíssimo nascer do sol.
Depois fui em direção a Timbé do Sul, onde o caminho continuou em estrada de
terra com pequenas subidas.
Tudo estava maravilhosamente bem
até o momento que percebi algo diferente no bagageiro frontal. Parei para
verificar e descobri que um parafuso, que segura o bagageiro e o freio, havia
caído. Procurei, procurei, mas não obtive sucesso. O jeito foi tirar um do freio
traseiro e colocar na frente. Perdi uns 30 min nessa brincadeira.
Ao continuar a minha saga, tudo
ocorreu normalmente. Percorri 9
km até a fazenda São Gonçalo, subi um trecho, conversei
com um policial, levei um recado para a namorada dele e cheguei na frente da
fábrica de papel um pouco depois das 12:30min.
Fiz questão de fazer uma parada para descanso na posto da dona Neura, pois em 2009 obtive uma boa ajuda dela, mas desta vez ninguém apareceu.
Fiz questão de fazer uma parada para descanso na posto da dona Neura, pois em 2009 obtive uma boa ajuda dela, mas desta vez ninguém apareceu.
Após comer uma maçâ, fui
enfrentar as únicas subidas “fortes” do dia. Foram aproximadamente 4 km de um aclive constante,
mas nada muito difícil se comparado com os dias anteriores.
Depois foi só alegria, pois além
do trajeto relativamente plano, a estrada de terra deu lugar a um asfalto
novinho. Esta combinação fez com que eu chegasse bem cedo em Cambará do Sul: 14
h.
Já na cidade, descobri que a família que me acolheu em 2009 havia se mudado e então fui pedir informações de camping no posto de turismo.
Duas belíssimas e atenciosas atendentes me indicaram o caminho do camping Corucaca. Agradeci a atenção e fui montar meu acampamento.
Já na cidade, descobri que a família que me acolheu em 2009 havia se mudado e então fui pedir informações de camping no posto de turismo.
Duas belíssimas e atenciosas atendentes me indicaram o caminho do camping Corucaca. Agradeci a atenção e fui montar meu acampamento.
Eu já tinha visto fotos do lugar,
mas confesso que ao vivo é mais bonito. Estou falando do camping, que fica
dentro de uma fazenda/pousada com diversos animais e um lago espetacular.
Montei minha barraca, tomei um banho, combinei o café da manhã na fazenda/pousada e fui caminhando até o centro da cidade. Posso dizer que aproveitei muito o passeio em Cambará do Sul. Eita lugar tranqüilo!
Ao voltar para o camping, lavei minha bike no lago, fiquei apreciando a paisagem bucólica, planejei como seria o dia seguinte e ainda conversei com o Pedro e a Rafaela, ambos de São José dos Campos, São Paulo.
No caminho encontrei o Ivo e a Ivonete, um casal muito simpático que apenas de ter residência numa cidade próxima, passa quase meio ano numa cabana às margens da lagoa. Conversei um pouco com os dois, recebi dicas de um bom local para montar acampamento e um pouco antes de me despedir deles avistei uma cobra entrando na cabana. Com o alerta, o Ivo não perdeu tempo e matou o animal. Com o acontecimento, meu psicológico foi afetado e eu já não estava seguro em fazer em acampamento selvagem.
Passei pelo local informado pelo casal, mas segui em frente. Quase no fim da estrada de terra (15 km), vi um clube náutico e como o local era bem limpo, resolvi pedir permissão para montar a barraca.
Montei minha barraca, tomei um banho, combinei o café da manhã na fazenda/pousada e fui caminhando até o centro da cidade. Posso dizer que aproveitei muito o passeio em Cambará do Sul. Eita lugar tranqüilo!
Ao voltar para o camping, lavei minha bike no lago, fiquei apreciando a paisagem bucólica, planejei como seria o dia seguinte e ainda conversei com o Pedro e a Rafaela, ambos de São José dos Campos, São Paulo.
9º dia – Cambará do Sul - Cânion
Fortaleza – 49 km
Acordei, tomei um gigantesco café
da manhã na fazenda/pousada e comecei a pedalar as 8:15.
Disseram-me que o trajeto do dia
seria curto, mas as condições da estrada tornariam o percurso bem difícil. Pois
bem, fizeram uma tempestade em um copo d’água.
Ao sair de Cambará do Sul percorri 13 km de sobe e desce num asfalto novo e só depois entrei na tal estrada ruim. Confesso que ela está em um estado lastimável, mas também não é tão difícil assim.
Percorri aproximadamente 10 km nessa estrada ruim, incluindo o trajeto antes e depois da entrada do Cânion Fortaleza. Nessa entrada fiz questão de tirar uma foto e também conversei bastante com o guarda.
Ao sair de Cambará do Sul percorri 13 km de sobe e desce num asfalto novo e só depois entrei na tal estrada ruim. Confesso que ela está em um estado lastimável, mas também não é tão difícil assim.
Percorri aproximadamente 10 km nessa estrada ruim, incluindo o trajeto antes e depois da entrada do Cânion Fortaleza. Nessa entrada fiz questão de tirar uma foto e também conversei bastante com o guarda.
Ao chegar no Cânion, segui
pedalando e não deixei a bicicleta no estacionamento. Foi uma decisão correta,
pois ganhei muito tempo nas trilhas. Apenas em uma parte tive que seguir
caminhando.
Caminhei até a beira do precipício e fiquei impressionado com a beleza do local. Sem dúvida foi o melhor cânion que visitei na minha vida. Fiquei longos minutos apreciando o local e tirei a foto de praxe: Eu sentado na beira da montanha.
Depois de vários registros, voltei para pegar a bicicleta e ir uma direção a uma cachoeira. Novamente fiz o devido registro e só depois voltei até o estacionamento.
Quando já estava na estrada, passei pela entrada da trilha que leva à Pedra do Segredo, mas decidi que não iria até ela.
Novamente passei na guarita e depois voltei pelo mesmo caminho até Cambará do Sul.
Já na cidade, no período da tarde, fui a uma lan house, fiz compras no supermercado e ao voltar para o camping/fazenda/pousada encontrei o francês David e sua bicicleta.
David, que estava hospedado na fazenda/pousada, fora conhecer o Fortaleza demasiadamente tarde e acabou pegando muita névoa. Conversamos bastante e marcamos de tomarmos um vinho mais tarde.
Caminhei até a beira do precipício e fiquei impressionado com a beleza do local. Sem dúvida foi o melhor cânion que visitei na minha vida. Fiquei longos minutos apreciando o local e tirei a foto de praxe: Eu sentado na beira da montanha.
Depois de vários registros, voltei para pegar a bicicleta e ir uma direção a uma cachoeira. Novamente fiz o devido registro e só depois voltei até o estacionamento.
Quando já estava na estrada, passei pela entrada da trilha que leva à Pedra do Segredo, mas decidi que não iria até ela.
Novamente passei na guarita e depois voltei pelo mesmo caminho até Cambará do Sul.
Já na cidade, no período da tarde, fui a uma lan house, fiz compras no supermercado e ao voltar para o camping/fazenda/pousada encontrei o francês David e sua bicicleta.
David, que estava hospedado na fazenda/pousada, fora conhecer o Fortaleza demasiadamente tarde e acabou pegando muita névoa. Conversamos bastante e marcamos de tomarmos um vinho mais tarde.
Depois eu ajeitei minhas coisas,
lavei a bike e tive longos minutos de prosa com meus vizinhos de acampamento:
Pedro e Rafaela, que conheci no dia anterior.
Exatamente as 19h, fui tomar um
vinho com o David, um francês que mora no Rio, e descobri que este humilde blog
ajudou-o a definir o roteiro para sua pedalada. Na verdade, foi a esposa dele
que encontrou meu blog e mostrou o roteiro, pois ela estaria na França por um
tempo e queria que o David tirasse um tempo pra ele. Trocamos muitas
informações e depois nos despedimos.
Terminei o nono dia com apenas 49 km pedalados, mas muita história pra contar.
Terminei o nono dia com apenas 49 km pedalados, mas muita história pra contar.
10º dia – Cambará do Sul – Lagoa dos Barros – 190 Km
No dia anterior eu havia decidido que aos invés de conhecer
Canela e Gramado, eu iria direto para o litoral. Então me programei para
percorrer “apenas” 100 km
até Taquara.
Acordei cedo, arrumei minha casa ambulante, tomei aquele
baita café da manhã, despedi-me do Pedro e da Rafaela e saí as 8h:15 min.
Ao sair de Cambará do Sul, enfrentei uma montanha russa
durante o caminho até São Francisco de Paula.
Olhei no velocímetro e as 12h, já havia percorrido 66 km. Cogitei fazer uma pausa para almoço, mas acabei contornando a cidade e resolvi comer algo somente em Taquara.
Olhei no velocímetro e as 12h, já havia percorrido 66 km. Cogitei fazer uma pausa para almoço, mas acabei contornando a cidade e resolvi comer algo somente em Taquara.
Como já era planejado, após passar por São Francisco de
Paula, começaram as descidas.
A surpresa boa foi ver a estrada cercada por Hortências. Confesso
que fiquei bem animado, pois o trajeto me lembrou a estrada da Graciosa, tanto
pelos declives, quanto pelas flores.
Infelizmente minha animação foi interrompida por algumas
pequenas subidas no caminho, mas nada que atrapalhasse o ritmo do pedal.
Cheguei em Taquara as 14h e 20 min com 117 km pedalados. Fiz uma
pequena pausa para saborear algumas bolachas e como ainda estava cedo, segui
adiantando o trajeto do próximo dia.
Percorri 12
km em uma estrada bem movimentada e com um acostamento
bem ruim. Fazia tempo que eu não enfrentava uma adversidade dessas, porém
bastou redobrar a atenção.
Após, enfrentei 27 km até Santo Antonio da Patrulha, com vento
contra, mas pelo menos a rodovia tinha um largo e perfeito acostamento. De lá,
foram mais 15 km
até a Lagoa dos Barros, onde pude ver ao longe a usina eólica de Osório.
Pedi informação em uma mercearia e fui informado, por uma
balconista muiiiiiito linda, que na beira da lagoa havia um camping, mas quando
cheguei no local indicado, descobri que não seria possível acampar, pois a polícia
havia fechado o local, por causa da bagunça das pessoas.
As horas já marcavam 18:10 e comecei a cogitar a hipótese de
um acampamento selvagem. Fui seguindo pela estrada de terra que margeia a
lagoa. Sempre com os cata-ventos da usina eólica do outro lado da lagoa.
No caminho encontrei o Ivo e a Ivonete, um casal muito simpático que apenas de ter residência numa cidade próxima, passa quase meio ano numa cabana às margens da lagoa. Conversei um pouco com os dois, recebi dicas de um bom local para montar acampamento e um pouco antes de me despedir deles avistei uma cobra entrando na cabana. Com o alerta, o Ivo não perdeu tempo e matou o animal. Com o acontecimento, meu psicológico foi afetado e eu já não estava seguro em fazer em acampamento selvagem.
Passei pelo local informado pelo casal, mas segui em frente. Quase no fim da estrada de terra (15 km), vi um clube náutico e como o local era bem limpo, resolvi pedir permissão para montar a barraca.
Falei com o Rafael Rajada e ele prontamente me ofereceu um
chalé, no qual são confeccionadas pipas para kitesurf. Agradeci muito e
rapidamente fui tomar um bom banho. Depois, bastou colocar meu colchão na parte
de cima do chalé, comer algo e dormir.
Como diz o ditado: Deus escreve certo por linhas tortas. Primeiro
pensei em acampar na beira da lagoa, depois fiquei receoso com o episódio da
cobra e por fim acabei dormindo em um chalé. Meus sinceros agradecimentos os
Rafael Rajada da RajadaTurismo e Aventura
Ao acordar, comi minhas bolachas com água, arrumei as coisas e fui sair do parque náutico, mas percebi que o portão eletrônico estava fechado. Que M...! Procurei outra saída, mas não encontrei. Então tive que tirar a bagagem da bicicleta e passar por baixo da cerca. Pensei comigo: Que belo início de dia.
11º dia – Lagoa dos Barros –
Tavares – 180 km
Ao acordar, comi minhas bolachas com água, arrumei as coisas e fui sair do parque náutico, mas percebi que o portão eletrônico estava fechado. Que M...! Procurei outra saída, mas não encontrei. Então tive que tirar a bagagem da bicicleta e passar por baixo da cerca. Pensei comigo: Que belo início de dia.
Pois bem, quando conseguir sair,
pedalei aproximadamente 1 km
na estrada de terra e depois entrei no asfalto, mais precisamente na BR 101 -
Sul.
Primeiramente pedalei 27 km até Capivari do Sul,
onde fiz uma pequena parada para sacar dinheiro. Depois coloquei meu mp3 player
para funcionar, pois só assim para aguentar a monotonia de quilômetros e
quilômetros em linha reta.
Não sei se o motivo era o cansaço
do dia anterior, quando pedalei 190
km, ou era a falta de alimentação, mas eu estava ficando
exausto e dei graças quando cheguei à vila de Bacopari, que dista 42 km de Capivari do Sul.
Fiz uma longa pausa e repus minhas energias com mais de 1 litro de refrigerante e um pacote de bolachas.
Fiz uma longa pausa e repus minhas energias com mais de 1 litro de refrigerante e um pacote de bolachas.
Com as forças renovadas, segui
por mais 30 km
até Solidão, onde tirei algumas fotos, na placa do distrito/cidade, fazendo
alusão a minha solidão na viagem.
Novamente fiz uma parada para
descanso e logo segui. Neste momento, a metade do dia já havia passado e ainda
faltavam 80 km
para chegar em
Tavares. Pensei que não conseguiria chegar com a luz do dia,
porém a natureza começou a me ajudar, pois uma pequena brisa estava a meu favor
e minha velocidade média ficou entre 22
e 27 km/h.
Rapidamente percorri 50 km e cheguei a Mostardas, onde resolvi fazer minha última pausa. Aqui vale comentar que além das infinitas retas, o asfalto estava em péssimo estado e com algumas ondulações. Então foi necessário prestar muita atenção nos poucos veículos que passavam por mim, pois sempre estavam desviando das ondulações e dos buracos.
Rapidamente percorri 50 km e cheguei a Mostardas, onde resolvi fazer minha última pausa. Aqui vale comentar que além das infinitas retas, o asfalto estava em péssimo estado e com algumas ondulações. Então foi necessário prestar muita atenção nos poucos veículos que passavam por mim, pois sempre estavam desviando das ondulações e dos buracos.
Quando saí para percorrer os últimos trinta mil metros do dia, entrei no, não
tão famoso, Parque Nacional Lagoa do Peixe e achei que a paisagem começou a
melhorar, deixando de ser apenas plantações e plantações.
Fui apreciando a paisagem e
relembrado fatos de outras pedaladas. Como isso, o tempo passou rápido e quando
vi, já estava na entrada de Tavares. As horas marcavam 17 em ponto.
Encontrei um hotel por R$ 20,00,
tomei um belo banho, lavei minhas roupas de ciclismo, fui ao mercado e fiquei
assistindo TV até dez da noite.
Assim finalizei o 11º dia da
aventura, com 180 km
quilômetros percorridos nas infinitas retas do sul do Brasil
Acordei cedo, arrumei minhas
coisas, comi algo e saí.
No dia anterior eu entrei na internet,
fiz contato com o Tomás Mendes, um membro do couchsurfing e fui autorizado a
passar uma noite na sua casa, que fica na Praia do Cassino, a maior praia do
mundo, com aproximadamente 250
km de extensão.
Ao sair de Tavares, a monotonia
das retas infinitas só foi quebrada pelo belíssimo nascer do sol. Registrei o
momento e segui adiante.
Percorri 52 km e cheguei em Bojuru,
onde fiz uma pausa para recuperar as forças. Parei em um mercado e enquanto
comia algumas bolachas, fui informado que no dia anterior, dois ciclistas
haviam passado pelo local. Conversando mais um pouco com a dona do mercado,
cheguei a conclusão que eles estavam pedalando em um ritmo mais lento e logo eu
os encontraria.
Despedi-me do pessoal do mercado
e voltei para as retas. Nesse trecho enfrentei algumas retas de até 8 km e haja paciência.
Agüentei firme e quando vi, já tinha pedalando mais 40 km. Resolvi fazer mais uma
pausa.
Parei em outro mercado e acabei
encontrando os ciclistas que foram citados anteriormente. Era um casal, ele gaúcho e ela chilena.
Conversa vai, conversa vem,
descobri que estavam indo para Rio Grande e seu estilo de viagem é mais
alternativo.
O dia já estava na metade, mas
decidi que não iria parar para almoço. Dei tchau para os ciclistas e segui para
São José do Norte, distante 35
km.
Assim como aconteceu no dia
anterior, no período da tarde o vento começou a ajudar e é óbvio que minha
velocidade aumentou. Fui “rasgando” as infinitas retas e só parei quando avistei
outros ciclistas no sentido contrário. Entram dois uruguaios: Ignácio e
Ricardo. O primeiro estava numa cicloviagem entre Montevideo e Florianópolis e
o segundo seguiria até Salvador. Conversamos, trocamos e-mails e nos despedimos.
Depois, bastou pedalar por mais
30 min e chegar em São José
do Norte, onde peguei uma balsa, que atravessa a Lagoa dos Patos e custa R$
4,25 (passagem+bike), para a cidade de Rio Grande.
Ao chegar em Rio Grande pedi
informação para alguns taxistas sobre como chegar ao Horto, local em frente a
casa do Tomás.
As dicas foram perfeitas e depois
de 13 km
eu já estava no local. Como o Tomás ainda não estava em casa, aproveitei para
ir até a praia.
Filmei e fotografei bastante a
maior praia do mundo. Confesso que não fiquei tão empolgado com o local, pois além
da cor do mar não ser muito atrativa, os carros podem trafegar na areia,
deixando a paisagem bem “poluída”. Mesmo assim resolvi entrar simbolicamente no
mar, molhando somente os pés e se alguém me perguntar, posso dizer que me
banhei na maior praia do mundo....hehe
Depois passei numa loja de
conveniência de um posto de gasolina para comprar provisões e acabei levando
uma cantada de uma frentista....hauhau. A moça, de aproximadamente 40 anos,
elogiou minhas pernas e começou a puxar papo, mas logo foi chamada novamente
para o serviço.
Passei novamente na casa do Tomás
e desta vez tive sorte, pois ele já havia chego.
O Tomás, apelido Tom, é professor
de História e como eu também sou professor, não faltou assunto para nós.
Falamos sobre pedaladas, viagens, lugares e trabalho. Nossa conversa só foi
interrompida pelo telefonema que recebi do Fábio, outro ciclista que junto com
seu amigo Samuel, também estava pedalando até Montevideo.
Depois, eu e o Tom saímos para
passear no balneário. Eu liguei novamente para o Fábio e combinei um encontro
para o dia seguinte. Enfim eu iria ter companhia na viagem.
Para finalizar, o Tom pagou um
x-calabresa pra mim e deixou eu usar sua internet. Obrigado por tudo Tomás
Mendes.
Saldo do dia: 163 km somados ao odômetro,
conhecendo a lagoa dos Patos, a maior praia do mundo e fazendo um novo amigo.
13º dia – Praia do Cassino –
Posto Alvorada (Estação Ecológica do Taim) – 173 km
Acordei cedo, tomei café junto
com o Tomás, tiramos uma foto e nos despedimos.
Voltei 9 km até a entrada da cidade
de Rio Grande, mas segui em direção a cidade de Chuí. Ao total, foram 23 km até a bifurcação
Pelotas – Chuí.
As horas marcavam 8:15h quando
parei para esperar o Fábio e o Samuel, os ciclistas com quem tinha combinado de
pedalar junto. Esperei, esperei, esperei e quando percebi, eles tinham já
estavam na minha frente, pois pegaram um caminho diferente.
Liguei para o Fábio e acelerei.
Em pouco tempo eu estava conhecendo os dois.
Fábio e Samuel saíram de São
Francisco do Sul – SC e estavam indo em direção a Montevideo, sempre pelo
litoral.
Aqui vale ressaltar que as
infinitas retas aumentaram de tamanho e algumas vezes ultrapassaram os 10 km. Que M...!
Paramos para almoçar um pouco
antes da Estação Ecológica do Taim, com 90 km pedalados.
Acabamos saindo tarde do
restaurante e eu já estava preocupado, pois não gostaria de pedalar de noite
naquela estrada e para atrapalhar ainda mais, o vento contra/lateral apareceu,
fazendo com que nossa velocidade não ultrapassasse os 20 km/h.
A parte boa do período da tarde
foi que nós adentramos na estação do Taim e começamos a ver Capivaras por todos
os lados. Show! Além disso, também estávamos felizes por saber que faltavam
apenas 158 km
até o extremo do sul Brasil.
Apesar do vento estar contra, eu
estava sentindo minha bicicleta muito pesada e quando o Samuel parou para pedir
água em uma casa, eu aproveitei para verificar o pneu traseiro. Decepção, pois
o mesmo estava furado.
Arrumei em tempo recorde e
ainda ganhamos (Samuel e eu) um suco de caju gelado. Perfeito!
Ao seguirmos, contamos o ocorrido
para o Fábio e dissemos que ele havia perdido o melhor suco de caju do
mundo...hauahua
Fizemos uma parada para descanso 40 km adiante do restaurante
no qual almoçamos. Aqui vai uma dica: Na estrada que vai para o extremo sul do
Brasil (Chuí), existem postos de gasolina a cada 30/40 km.
Enquanto comíamos algo e
descansávamos um pouco, fomos avisados por motociclistas que o pneu da bike do
Samuel estava furado. Acabamos perdendo mais alguns preciosos minutos e quando
retornamos ao pedal, as horas já passavam das 18.
Pedalamos bem forte, pois estavam
faltando 38 km
para o destino do dia, no posto alvorada.
Chegamos no posto as 20h e 20 min, ou seja, um pouco antes de anoitecer.
Chegamos no posto as 20h e 20 min, ou seja, um pouco antes de anoitecer.
Tomamos um refri, esperamos um pouco e logo chegaram as esposas dos dois
ciclistas: Cíntia, esposa do Fábio e Amanda, mulher do Samuel.
No posto existe uma pousada onde
resolvemos pernoitar, mas antes ainda saboreamos uma bela janta no
estabelecimento.
Anotei mais 173 km no currículo e
finalmente tive companhia no viagem.
14º dia – Posto Alvorada (Estação
Ecológica do Taim) – Barra do Chuí – 101 km
Acordamos cedo, mas só saímos
para pedalar as 7h e 50 min, pois resolvemos tomar café na lanchonete ao lado
do posto.
Já está ficando repetitivo, porém
tenho que comentar que as infinitas retas continuavam em nosso trajeto. Por
elas pedalamos mais 50 km
até a nossa primeira parada para descanso, mas infelizmente o estabelecimento
que escolhemos para descansar e comer algo, estava fechado e o jeito foi
avançar mais um pouco até Santa Vitória do Palmar.
Entramos na cidade e logo
encontramos uma panificadora. Tomamos vários iogurtes e fomos enfrentar os
últimos 20 km
até a cidade de Chuí.
Demoramos mais do que o previsto
para vencer esses últimos vinte mil metros, pois o vento contra apareceu.
Quando chegamos na placa que
indica a divisa entre Brasil e Uruguay, a alegria foi enorme. Filmamos,
comemoramos e tiramos algumas fotos. Para mim, era mais um sonho que estava
sendo realizado. Desde pequeno eu ouvia que a expressão: Do Oyapoque ao Chuí e sempre quis conhecer os tais extremos do
nosso país. Pois bem, agora posso riscar o extremo sul da minha lista.
Aqui vale lembrar que foi feita
uma correção e hoje, o ponto mais ao
norte do Brasil é o Monte Caburai, no município de Uiramutã, Roraima.
Passada a euforia da chegada,
resolvemos almoçar logo na entrada da cidade e eu estava com tanta fome que
consegui comer um prato, chamado La
Minuta, inteiro.
Durante o almoço, resolvi que não
seguiria com meus amigos Fábio e Samuel, pois eles tinham a pretensão de entrar
no Uruguay e eu queria conhecer a praia da Barra do Chuí.
Fiz um pequeno tour pela cidade
de Chuí, mas não achei tão legal. O melhor da cidade é a placa que diz: O
Brasil começa aqui. Registrei o momento e peguei o caminho até a praia. No
caminho enfrentei 10 km
com um vento contra bem forte.
Ao chegar na praia da Barra do
Chuí, completei meu sonho e molhei os pés na praia mais ao sul do Brasil.
Depois tirei algumas fotos do
farol e da ponte que faz a divisa Brasil/Uruguay. Por fim, encontrei um
camping, com piscina, por R$ 12,00.
Montei acampamento as 16h e
aproveitei o resto do dia para descansar, pois nas últimas noites eu havia dormido
pouco.
15º dia – Barra do Chuí (Extremo
sul do Brasil) – Rocha (Uruguay) – 174 km
Acordei bem cedo, pois meu
objetivo era encontrar novamente o Fábio e o Samuel.
Voltei os 10 km até a cidade de Chuí em
tempo recorde, tudo graças ao vento a favor.
Cheguei na aduana as 7h e 15 min e ali perdi um tempo precioso por causa do funcionário uruguaio que ficou carimbando alguns papéis ao invés de me atender. Argumentei que não podia esperar muito e mesmo contrariado, o funcionário “folgado” agilizou meus trâmites.
Cheguei na aduana as 7h e 15 min e ali perdi um tempo precioso por causa do funcionário uruguaio que ficou carimbando alguns papéis ao invés de me atender. Argumentei que não podia esperar muito e mesmo contrariado, o funcionário “folgado” agilizou meus trâmites.
No início, o nosso país vizinho,
não se mostrou muito diferente do extremo sul do Brasil, isto é, retas, retas e
retas.
A estrada virou uma pista de pouso de emergência....que coisa...hauhau
Pedalei por 29 km até chegar na famosa
Fortaleza de Santa Tereza, onde pude apreciar uma bela construção dos tempos da
colonização espanhola. Fiquei aproximadamente 30 minutos apreciando e
absorvendo toda aquela cultura.
Ao sair, voltei para a ruta 9, passei pela entrada da praia de Punta del Diablo e resolvi seguir até Águas Dulces.
Ao sair, voltei para a ruta 9, passei pela entrada da praia de Punta del Diablo e resolvi seguir até Águas Dulces.
Durante este trecho encontrei
alguns viajantes: Duas mochileiras polonesas e um casal cicloturista da
Argentina. Com os argentinos tive uma prosa maior e descobri que meus amigos
brasileiros estavam somente uma hora na minha frente. Então me despedi do casal
e pedalei o mais rápido possível, pensando em encontrar os brasileiros.
Trinta e sete quilômetros depois
da Fortaleza de Santa Tereza eu cheguei na bifurcação que leva para Águas
Dulces. Virei à esquerda e enfrentei o maior vento contra da viagem. Foram 10 km de muito esforço, pois
além do vento, começaram a aparecer algumas subidas.
Ao chegar em Águas Dulces, fiz
uma pequena pausa para um lanche e em menos de meia hora já estava na estrada
novamente, desta vez, na ruta 10.
Foram apenas 16 km até a entrada do parque
nacional Cabo Polonio, onde descobri que o Fábio e o Samuel já tinham passado
pelo local, mas não foram conhecer a badalada praia.
Sem perder tempo, deixei minha
bicicleta com os “flanelinhas” do parque, paguei o transporte 4x4 (aprox. R$
23,00) e embarquei. Depois de um tempo entendi o motivo do transporte ser feito
em veículos 4x4, pois vi a quantidade de areia que havia no trajeto.
Depois de quase 25 minutos, pude
ver a praia de Cabo Polonio e quando desci do veículo, descobri que estava em
um paraíso.
Música, praia, sol e mulheres. Combinação perfeita
Música, praia, sol e mulheres. Combinação perfeita
Fiz um longo passeio pelo paraíso
chamado Cabo Polonio e pude tirar muitas fotos, inclusive de leões ou lobos
marinhos. Aproveitei ao máximo aquele momento ímpar na minha vida. Com certeza
foi um dos 10 melhores locais de toda a aventura, mas infelizmente o tempo
passou muito rápido e tive que voltar.
Já eram 17h e 30 min quando
comecei a pedalar novamente e para minha felicidade o vento estava a favor.
Foi neste momento que decidi aproveitar essa raridade e seguir até Rocha, onde
provavelmente eu encontraria os ciclistas do Brasil.
Pedalei uns 15 km na ruta 10, depois
cortei caminho por uma estrada de terra cheia de aclives e declives que duraram
13 km e
por fim percorri mais 13 km
pela ruta 9 até chegar ao meu destino do dia.
Em Rocha, perdi alguns minutos procurando uma pousada e perguntando sobre meus amigos. Como não obtive sucesso em nenhum dos casos, voltei para a estrada e encontrei um posto de gasolina onde fui informado da presença deles. Por sorte, o hotel no qual eles estavam, era bem perto do posto.
Quando nos reencontramos, eles ficaram surpresos.
Conversamos bastante, comemos algo e fomos dormir.Em Rocha, perdi alguns minutos procurando uma pousada e perguntando sobre meus amigos. Como não obtive sucesso em nenhum dos casos, voltei para a estrada e encontrei um posto de gasolina onde fui informado da presença deles. Por sorte, o hotel no qual eles estavam, era bem perto do posto.
16º dia – Rocha – Punta del Este
– Piriápolis – 150 km
Acordei ansioso, pois finalmente
eu iria conhecer a famosa cidade litorânea de Punta del Este.
Junto com o Samuel e o Fábio, saí
para pedalar as 8h e no início foram 20 km percorridos na ruta 9. Depois pegamos uma
estrada de terra que nos levou novamente para a ruta 10, que é quase paralela ao
Atlântico. A paisagem era um show a
parte, principalmente quando começamos a avistar o oceano. Tiramos muitas
fotos.
Pedalamos um bom tempo até chegarmos na Laguna Garzón, a qual atravessamos de balsa.
Pedalamos um bom tempo até chegarmos na Laguna Garzón, a qual atravessamos de balsa.
Do outro lado da laguna
conversamos rapidamente com dois cicloturistas argentinos e depois seguimos
nosso trajeto, desta vez com a ruta 10 asfaltada. De repente o céu ficou um
pouco nublado e começou uma garoa gelada. Pensei que o mau tempo iria estragar
o passeio por Punta, mas bastou nós chegarmos em José Ignácio que a
chuva foi embora.
O período vespertino foi dedicado
a um pedal bem leve ao lado do mar.
Ao sairmos de José Ignácio,
percorremos 35 km
até Punta del Este e começamos a ver mansões para todos os lados.
Impressionante!
Tiramos fotos na placa que indicava a entrada na cidade de Punta e fomos direto para a escultura mais famosa do local: Monumento al Ahogado mais conhecida como La Mano, do artista chileno Mario Irarrázabal.
Tiramos fotos na placa que indicava a entrada na cidade de Punta e fomos direto para a escultura mais famosa do local: Monumento al Ahogado mais conhecida como La Mano, do artista chileno Mario Irarrázabal.
La Mano fica na praia Brava,
onde aproveitei para dar um mergulho. A água estava extremamente fria, mas
valeu o sacrifício, pois acabei realizando mais um sonho antigo.
Depois de um bom tempo curtindo o
local, inclusive as belas damas que estavam na praia, resolvemos seguir nosso
caminho, pois ficar uma noite em Punta del Este não faria bem para o nosso
escasso dinheiro.
Enquanto saíamos da cidade,
passamos pelo porto e pelo famoso cassino Conrad. É óbvio que registramos tudo.
Depois entramos na estrada
chamada de interbalneária e pedalamos alguns quilômetros até Punta Negra.
No fim do dia, tivemos uma
belíssima surpresa, pois o caminho entre Punta Negra e Piriápolis se revelou
muito mais bonito que o trajeto até Punta. Fotos e mais fotos foram tiradas,
vídeos e mais vídeos foram feitos, mas infelizmente a sensação que tivemos ao
pedalar naquele lugar não pode ser registrada. Lembro de ter visto o Fábio bater
os braços como um pássaro, lembro também do Samuel comentando da beleza do
local e como muitas pessoas já haviam nos falado, descobrimos que Piriápolis é
muito mais bonita que Punta del Este. Parece uma vila européia.
Atravessamos Piriápolis, fomos para o camping El Éden
e para fechar o dia com chave de ouro, presenciamos um deslumbrante pôr-do-sol.
Deixo abaixo uma reflexão do nosso amigo cicloturista
Fritz:
17º e último dia - Piriápolis - Montevideo - 99 km
Eis que havia chego o último e derradeiro dia de pedalada.
Eis que havia chego o último e derradeiro dia de pedalada.
Acordamos cedo, mas demoramos para sair, pois a distância era pouca e o relevo
era plano.
No início foram aproximadamente 8 km ao lado do mar. Depois
entramos na estrada principal e seguimos muitos quilômetros até chegarmos ao
balneário de Atlântida, onde fizemos um pequeno desvio para apreciar o oceano,
mas como o visual não agradou, voltamos a pedalar na principal.
Quando faltavam apenas 30 km para o fim da aventura, retornamos para o litoral e não saímos mais.
Quando faltavam apenas 30 km para o fim da aventura, retornamos para o litoral e não saímos mais.
Felizes, pedalamos com uma leve
brisa que batia em nossos rostos e em pouco tempo nos deparamos com a placa de
boas vindas a capital Uruguaia.
Além das fotos, fiz um vídeo citando os principais lugares da viagem e completei dizendo: MAIS UMA VIAGEM CONCLUÍDA. PARANAGUÁ – MONTEVIDEO. PEDALANDO SEM FRONTEIRAS.
Além das fotos, fiz um vídeo citando os principais lugares da viagem e completei dizendo: MAIS UMA VIAGEM CONCLUÍDA. PARANAGUÁ – MONTEVIDEO. PEDALANDO SEM FRONTEIRAS.
Após a tão sonhada entrada em
Montevideo, pedalamos um trecho pela orla, que apesar de feia é muito bem
organizada e paramos no Farol da Punta Brava.
Tiramos fotos numa pequena
confraternização e nos despedimos, pois o Fábio, o Samuel, a Cíntia, a Amanda e
o Miguel (filho do Fábio e da Cíntia) iriam voltar de carro e eu seguiria para
a rodoviária.
Deixo aqui o meu sincero
agradecimento a esses dois casais que fizeram a minha aventura menos solitária.
Obrigado por tudo pessoal.
Por fim, pedalei mais alguns
míseros quilômetros até a rodoviária e por sorte consegui um ônibus para
Florianópolis no mesmo dia. Foi somente o tempo de trocar de roupa, desmontar a
bike e comer algo. Melhor impossível.
Foram
Não é preciso muito para viver bem (em harmonia com
a natureza, com Deus e consigo mesmo).
Oi Aramis,
ResponderExcluirTermine esse relato até Montevidéu! está muito legal.
Grande Abraço,
Luiz Arthur
Opa Luiz, aos poucos vou atualizando aqui.
ResponderExcluirObrigado pela presença.
Abraços
Muita bacana essa região. Eu fiz o trajeto de Urubici até Bom Jardim por dentro do parque e não pelo asfalto. Só tenho uma palavra: espetacular!
ResponderExcluirDae Lyra, valeu a visita.
ResponderExcluirEu perdi esse caminho por dentro do parque. Um dia ainda volto lá, pois é "pertinho"...hauahu
Essa região é realmente linda heim Aramis!!!
ResponderExcluirE termina logo esse relato até Montevidéu cara, não nos deixe nessa angústia!!! hahaha
Abração!!!
Que massa!
ResponderExcluirQueria te agradecer ae, já falei com o Nelson, contigo não, eu li os relatos das viagens de vocês um tempo atrás e isso me estimulou a viajar de bike também. Fiz 3 viagens já, a última foi Floripa - Buenos Aires, passei por vários lugares semelhantes dessa tua trip.
O vídeo tá de mais, como tu fazia com o equipamento, tinha um hd externo? Show de bola, nunca vi uma viagem tão bem documentada.
Parabéns, um abraço.
ps: maneiro o topless em C.Polonio hein? ahahaha
Valeu a visita Damasceno e Rodrigo.
ResponderExcluirQue massa que nossa viagem estimulou você Rodrigo. Um dia ainda temos que pedalar juntos.
Sobre o equipamento, use apenas uma memória de 16 GB e uma máquina fotográfica que filma em HD.
Amigo, eu gostaria de saber mais algumas informações sobre esse pedal. Estou planejando de fazer SP-Uruguay em janeiro, e vou obrigatoriamente passar por Curitiba devido a um encontro familiar.
ResponderExcluirConversei com um usuário do "DAP", e este me indicou a fazer Curitiba-Chuí pelas serras (via email posso te mandar um mapa do trajeto), em vista de aproveitar uma melhor paisagem.
Gostaria de saber informações tais como: Facilidade/qtd. de pontos de apoio para alimentação/manutenção, como acampou no mirante da Serra do Rio do Rastro e todo o tipo de informação útil que tiver.
De curitiba, estou pensando em passar pelas seguintes cidades (evidentemente irei parar em entrepostos dessas cidades):
- São Bento do Sul, SC
- Jaraguá do Sul, SC
- Pomerode, SC
- Rio do Sul, SC
- Ubirici, SC
- Serra do Rio do Rastro
- Chuí-RS
Minha bicicleta é uma Caloi Aluminium 26", sem suspensão e com um bagageiro traseiro (pretendo instalar um bagageiro dianteiro tb).
Caso puder compartilhar algumas dicas comigo, ficarei eternamente grato!
email -> luisbcunha@gmail.com
Muito obrigado pela ajuda!
Att,
Luis Cunha
Opa Luis, enviei dicas para o seu e-mail
ResponderExcluirAbraço
Show Show Show !!!
ResponderExcluirSó não gostei da placa de Montevideo toda zuada !
Abração Ara ! TMJ !