"O lagamar compreende as cidades de Iguape, Ilha Comprida, Pariquera-Açu e Cananéia, no Estado de São Paulo, até chegar à cidade de Guaraqueçaba, no Paraná. São lagunas à beira-mar com vegetação de restingas e Mata Atlântica, quase que intocada e uma deslumbrante fauna e flora, além de incursões por sítios arqueológicos onde estão os sambaquis deixados por populações de mais de 5 mil anos"
Paranaguá - Superagui - 22km
A aventura começou quando entrei no barco que faz a travessia entre Paranaguá e Superagui. Foram aproximadamente duas horas e meia curtindo as belezas da Baía de Paranaguá. Ao chegar na vila de Superagui encontrei dois cicloturistas de São Paulo: Maíra e Mathias. Eles estavam pedalando desde Curitiba e iriam seguir praticamente o mesmo trajeto que eu. Conversamos um pouco e nos despedimos, pois meu objetivo era dormir perto da Barra do Ararapira, enquanto eles iriam pernoitar na vila mesmo.
Maíra e Mathias
Ao começar o pedal senti uma grande felicidade tomar conta de mim. Talvez por estar realizando um pedal tão esperado ou por frescura mesmo...hahaha. No começo podia avistar algumas casas e alguns moradores, mas conforme fui avançando pela areia, a praia se tornou cada vez mais deserta, aumentando a minha sensação de liberdade. Foram 22km até encontrar o local que o dono do barco me indicou quando estávamos chegando na vila. De frente para o mar existem algumas árvores e seguindo uma pequena trilha pode-se chegar à casa da dona Dorotéia, a qual me deu permissão para acampar embaixo das árvores.
Terminei de montar acampamento quando a luz natural já não existia mais e parti pra melhor parte do dia: Um banho de mar peladão na escuridão. Que coisa boa! Depois fiquei quase uma hora sentado na areia, olhando para o mar, mas com o pensamento longe. Esse foi um daqueles momentos mágicos que toda aventura tem. Assim finalizei meu dia.
Superagui - Ilha Comprida - 52 km
Saí pedalando bem cedo para pegar a maré enchendo na Barra do Ararapira. E consegui! Pedalei por alguns minutos até chegar na barra e conforme meu amigo Romulo tinha avisado, tive que atravessar nadando até o outro lado para chamar um pescador. Ainda tive sorte, pois logo que terminei de nadar já avistei o seu Jurandir. Ele me levou novamente na margem onde eu havia deixado a bike, ajudou a carregá-la no barco e me deixou na Ilha do Cardoso/SP.
O estado mudou , mas a paisagem não. Pedalei 13km pela praia deserta até encontrar uma entrada(trilha) que me levasse para a vila de Marujá. A trilha é muito bonita e a vila me lembrou a Ilha do Mel, no Paraná. Conversei com alguns moradores e descobri que atravessar de barco para Cananéia (canal do Varadouro) não seria uma tarefa muito barata, pois o preço para uma pessoa era de R$ 200,00. Fiquei espantado quando ouvi isso e decidi esperar pra ver se mais pessoas fariam o mesmo trajeto. Enquanto esperava pude conhecer um pouco mais da vila e seus moradores. Um lugar realmente fascinante!
Conversa vai, conversa vem, eis que um grupo de turistas chega de barco para almoçar no Marujá. Expliquei para eles a situação e obtive o consentimento para voltar na mesma embarcação, mas tudo dependeria do barqueiro. Então fui prosear com o barqueiro e apesar do preço ainda ter ficado caro (R$ 60,00), fechei negócio. Jorge era o nome do piloto do barco e enquanto os turistas visitavam a vila, nós conversamos bastante. Fiz diversas perguntas sobre a vida naquela região e ele por sua vez me encheu de questionamentos sobre as pedaladas. Os turistas voltaram, o almoço foi saboreado e então partimos.
Conversa vai, conversa vem, eis que um grupo de turistas chega de barco para almoçar no Marujá. Expliquei para eles a situação e obtive o consentimento para voltar na mesma embarcação, mas tudo dependeria do barqueiro. Então fui prosear com o barqueiro e apesar do preço ainda ter ficado caro (R$ 60,00), fechei negócio. Jorge era o nome do piloto do barco e enquanto os turistas visitavam a vila, nós conversamos bastante. Fiz diversas perguntas sobre a vida naquela região e ele por sua vez me encheu de questionamentos sobre as pedaladas. Os turistas voltaram, o almoço foi saboreado e então partimos.
Aqui começou outro momento mágico, o segundo dessa aventura. Enquanto o barco agitava as águas calmas do canal, nós apreciávamos as belissimas montanhas, mangues e animais da Ilha do Cardoso. Tudo isso com o vento batendo no rosto. Eita coisa boa!
Ao chegarmos em Cananéia eu logo peguei a balsa(grátis) para a Ilha Comprida e depois enfrentei 3 malditos quilômetros de muita areia fofa, onde era impossível pedalar. Empurrei a bike até chegar na praia e lá pedalei novamente ao lado do mar. A praia estava deserta, mas de tempos em tempos alguns carros passavam em alta velocidade. Isso mesmo, os carros trafegavam pela areia da praia, pois a "rua" era feita de areia fofa, aquela que enfrentei durante 3 km.
Cananéia
Pedalei, pedalei e pedalei, mas não consegui avançar muito, pois o vento contra estava bem forte. Passei pela vila de Pedrinhas e quando estava anoitecendo parei para acampar na casa do seu Lourival, um morador local. Uma pequena conversa, um banho de mar e cama.
Marcas dos pneus dos carros
Ilha Comprida - BR 116 - 200 km
Infelizmente começou a chover durante a noite, mas quando acordei estava apenas garoando. Me despedi do seu Lourival e segui meu caminho. O vento, diferentemente do dia anterior, estava a favor e pude chegar rapidamente na cidade que tem o mesmo nome da ilha. A garoa aumentou, mas continuei minha pedalada até Iguape, onde fiz uma parada para descanso. Em Iguape terminei o trajeto lagamar, agora restava voltar para casa.
Chuva e câmera molhada
De Iguape pedalei até Pariquera-Açu, depois Jacupiranga e Cajati. Sendo as duas últimas já na BR-116. Almocei muito bem em Cajati, pois na parte da tarde eu iria enfrentar a serra do azeite. Ao seguir para a serra a chuva ficou mais intensa e só pude tirar algumas fotos. São 25 km, sendo os primeiros cinco bem tranquilos, seguidos de outros cinco com pouca inclinação e quinze de subida forte. Terminada a subida pude desfrutar de algumas boas descidas, mas continuei enfrentando aclives fortes. Ao atravessar a divisa dos estados de SP e PR a chuva parou. Segui o máximo que pude antes do anoitecer, parando às 18:30 min para acampar. Meu acampamento foi ao lado da estrada mesmo, embaixo de algumas árvores.
BR 116 - Paranaguá - 120 km
Dormi bem, mesmo com o barulho dos caminhões passando pela estrada. Acordei cedo e comecei a pedalar às 6h. Enfrentei subidas e mais subidas, todas ou a grande maioria com uma forte inclinação. Cheguei exausto na estrada da Graciosa. Ali descansei um pouco e tomei muita água, pois ao contrário do dia anterior, este estava sendo de muito sol.
Quando comecei a descida da Graciosa me senti aliviado. Chega de aclives! Fui filmando a ladeira até que de repente encontro a Melissa, uma ciclista do grupo Amigos do Pedal. Conversamos, tiramos fotos e nos despedimos. No trecho de paralelepípedos o meu bagageiro soltou e tive que fazer uma parada urgente. Descobri que um parafuso havia caído e solucionei o problema rapidamente com uma simples reposição. Ao terminar a descida passei pela cidade de Morretes e fui me "arrastando" para casa, pois o sol estava castigando.
Eu e Mellisa
Assim completei mais uma aventura. Somando mais 394 km no odômetro.
Aramis ...Lindas paisagens....me fizeram divagar. Através dos seus relatos e fotos viajei junto com você. Que fotos!!!! Muito bem tiradas.Deveria fazer a impresão e montar um albúm, acho que ainda é uma maneira de eternizar.
ResponderExcluirLindo Blog...Parabéns. Abraços
Ane Rederde
Muito bom já fiz de Embu Gauçu até Iguape e agora pretendo fazer ilha comprida, ilha do cardoso e cananéia
ResponderExcluirOpa, show de trajeto. Se quiser esticar até Paranaguá é só avisar. Terá uma grande pizza te esperando....hehehe
ResponderExcluirEssa região do Lagamar está nos meus planos faz tempo. É lindo. Estava nos meus planos. Ia fazer Santos -Ilha do Cardoso, mas fomos assaltados em Praia Grande e, desde então, não consegui concretizar essa cicloviagem. Parabéns.
ResponderExcluir