Esse era um pedal com o qual eu sonhava desde julho de 2008, quando fui até a serra do rio do rastro. Como eu tinha uma semana de férias, montei um roteiro que passasse pelas principais cidades das serras catarinense e gaúcha: São Joaquim/SC, Serra do Rio do Rastro/SC, São José dos Ausentes/RS, Cambará do Sul/RS, São Francisco de Paula/RS, Canela/RS e Gramado/RS.
Um amigo aqui de Curitiba, chamado Rafael, resolveu fazer o trajeto junto.
Abaixo segue o relato:
11/07/09 - 1º dia - Lages - São JoaquimAbaixo segue o relato:
Eu e o Rafael pegamos o ônibus das 23:55 para Lages. Chegando lá, não conseguimos ir de ônibus até São Joaquim, pois era um micro ônibus e as bikes não couberam. Resolvemos pedalar os 80 km até São Joaquim.
Saímos de Lages +- as 7 da madruga com uma temperatura de 10º. Foi ai que começou o sobe e desce infinito. Paisagens lindas, porém com inúmeras subidas. O Rafael, que não estava acostumado, começou a ficar bem cansado. A cada subida eu o esperava para seguirmos juntos. Porém após 20 km o cansaço bateu forte e ele decidiu ficar num posto da policia. Tentei arranjar uma carona pra ele com um caminhoneiro, mas o mesmo disse que a empresa não autoriza (mas quem iria saber???). Me despedi do Rafael e disse que se ele pegasse carona, nós nos encontraríamos no portal de São Joaquim.
Segui meu rumo entre as subidas e descidas daquela região parando pra comer umas bolachas as 12:30 e acabei chegando em São Joaquim lá pelas 14:00.
Pô, eu não sabia que em São Joaquim tem um letreiro no alto de um morro, bem no estilo Hollywod.
Um pouco antes do Portal de entrada tem o mirante dos Pinheiros. Um funcionário com crachá se ofereceu pra tirar fotos aqui, ali, acolá e depois veio me pedir 10 reais. Ahahahaha....tá bom que eu iria pagar. Fui até meio ríspido com o homem e soltei um: Se o senhor tivesse avisado antes eu colocava a camera no temporizador e pronto.
Já dentro de São Joaquim, fui tirar fotos da praça principal e de algumas poucas coisas que me chamaram a atenção. A temperatura era de 7 graus e estava garoando. Pensei comigo: garoa e depois neve.
Fiquei acampado no primeiro posto que avistei (24 h) e lá pelas 5 da tarde eu já estava dentro do saco de dormir. A chuva apertou, mas com eu estava num lugar meio coberto apenas alguns pingos caíram na barraca. A noite foi gelada
Durante a noite liguei pro Rafael. Ele havia voltado pra Lages e já estava no ônibus pra Curitiba. Os poucos pingos de chuva que batiam na barraca foram suficientes para molhar o chão todo dela. Mas o colchão e o saco de dormir salvaram a noite.
12/07/09 - 2º dia - São Joaquim - Serra do Rio do Rastro
De manhã, as 6:30 a temperatura era de -2 e foi dificil arrumar as coisas no alforge, pois meus dedos estavam "congelando" e a luva de lã estava molhada. A cada 15 ou 20 minutos eu ia no chuveiro do posto (que tinha 6 níveis de temperatura) e esquentava a mão. Por fim sai pedalando as 8 da manhã, com uma temperatura de 2 graus. Decidi ir novamente na praça principal pra ver se tinha alguma árvore congelada e lá acabei dando entrevista para o programa estudio RBS (globo de SC).
http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.aspx?contentID=69119&uf=2&channel=40
Minha entrevista começa lá pelos 7 minutos e 15 segundos do programa.
Minha entrevista começa lá pelos 7 minutos e 15 segundos do programa.
Seguindo a estrada passei pelo Vale da Neve (recreação para turistas) e tirei algumas fotos das escaladas, do arco e flecha e da tirolesa. Cheguei em Bom Jardim da Serra lá pela metade do dia e fui comer algo na rodoviária, pois eu já conhecia o dono. Além de dono da rodoviária ele é vereador, disse que é conhecido por Vereador Pinto. Ele me mostrou um livro com fotos alucinantes das serras.
Seguindo o caminho, passei pela cascata que fica ao lado do portal de Bom Jardim e fui rumo ao mirante da Serra do Rio do Rastro, chegando lá +- as 2 da tarde.
Arranjei um gramado no mirante e montei acampamento. Estiquei as roupas no chão para que secassem (bem no estilo mendigo). Quando tudo fechou no mirante, coloquei minha barraca na parte coberta que fica na frente dos banheiros e fui dormir com a temperatura marcando 6º
13/07/09 - 3º dia - Serra do Rio do Rastro - Silveira/RS
Acordar e tomar café no mirante do Serra do Rio do Rastro vendo o sol nascer não tem preço. Foi muito massa. Eu sozinho, quietinho, comendo minha bolacha, enquanto o sol dava o ar da sua graça na serra. Show de bola.
Quando sai, lá pelas 8 da manhã a temperatura era de 7 graus. No caminho de volta para Bom Jardim encontrei muito gelo (a geada foi forte). Tirei fotos da cascata com a grama em volta congelada e entrei na estrada de terra que vai pra Cambará do Sul. Estrada de terra é apelido, deveria se chamar estrada de pedras, pois a sensação era de que todas as pedras do mundo estavam encravadas no chão daquele caminho. Minha média que já era baixa, 15 km/h, diminuiu mais ainda e foi parar em 12,5 km/h. Mas a paisagem compensava. Vi algumas vezes cavalos correndo pelo pasto ou brejo, igual tem na abertura da novela paraiso. Parei pra almoçar num rio que pensei ser a divisa entre SC e RS. Tinha um pequena cachoeira e as fotos ficaram ótimas. Meu destino era São José dos Ausentes/RS, mas devido a minha lentidão, tanto por causa das pedras e subidas quanto por causa das inúmeras paradas pras fotos, acabei ficando numa pousada em Silveira/RS. Entretanto, antes passei perto do pico Monte Negro, 1403 m (segundo a placa, é o pico mais alto do RS), passei por Curucacas e por paisagens que lembraram muito a cordilheira dos andes. Ao chegar na pousada, lá pelas 16 h, fui tomar um banho, comer um X-salada (que é gigante, pelo menos o dobro do tamanho daqueles que eu como aqui em Curitiba) e fui dormir.
14/07/09 - 4º dia - Silveira - Cambará do Sul
Tomei um café da manhã reforçado na pousada e sai pedalando as 7:30, mas antes de sair vi que estava acontecendo uma tal de cavalgada. A cavalgada Aparados da Serra que começa em Cambará do Sul e vai até o pico monte negro em Bom jardim
Achei muito massa, iria ver eles no caminho. Dito e feito, após 2 horas de pedal, uns 6 quilômetros depois de São José dos Ausentes, encontrei os ônibus e caminhões seguidos pela galera da cavalgada. Não cheguei a ver todos, pois alguns pegaram outro caminho, mas já valeu a pena.
A estrada de "pedra" estava ficando cada vez pior. Faltando uns 15 km para chegar em Cambará parei pra comer algo na vila Ouro Verde, num posto que fica na frente da fábrica conhecida como Celulose. Uma senhora chamada Neura(dona do posto) saiu de casa e veio conversar me oferecendo almoço, mas eu já tinha comido e acabei dispensando o arroz com feijão que ela havia preparado. Depois tiveram duas subidas fortes e o resto foi estrada ruim até minha chegada em Cambará lá pelas 14:30.
Fui direto num posto em construção falar com o dono. Ele deixou que eu armasse a barraca na elétrica ao lado do posto, mas só depois das 18:30 que era o horário de fechamento da elétrica. Fiquei no restaurante do posto e o pessoal me disse que eu poderia dormir dentro do restaurante lá pelas 21:30, melhor ainda. Pra finalizar, apareceu um cara chamado Vladimir que estava brigado com a mulher e havia alugado uma cabana (chalé). Lá tinha um beliche e eu fui convidado a posar lá. Aceitei e as 17:30 estava deitado assistindo malhação. Pequei no sono e só acordei quando o Vladimir trouxe X-Salada. Ele não quis que eu pagasse e disse: Deus tem mais pra dar do que o diabo pra tirar. Disse que ele já viajou bastante ( trabalhando) e o pessoal sempre ajudava ele. Agradeci muito e dormi.
15/07/09 - 5º dia - Itaimbezinho
Acordei cedo, deixei a bagagem na cabana e fui conhecer o Cânyon Itaibezinho. No caminho tirei fotos de um pica-pau e com muito frio cheguei as 9 h no parque estadual Aparados de Serra. Paguei os 6 reais de entrada e fiquei curtindo o parque até as 10:30. Na volta, percorri novamente os 18 km entre Cambará e o Parque em 1:30, chegando novamente em Cambará ao meio dia. Almocei no mesmo restaurante que tinha ficado no dia anterior. Tirei uma foto do pessoal, agradeci por tudo e fui pra cabana. Com o frio que estava fazendo (8 graus), decidi ficar a tarde inteira deitado vendo tv ao invés de pedalar 46 km, ida e volta, até o Cânyon Fortaleza.
Antes de chegar na cabana, tive a sensação de estar numa cidade fantasma. Com aquele frio não se via alma viva perambulando pela cidade.
De noite vi a previsão do tempo para o RS e deu chuva, chuva e mais chuva. Decidi que se estivesse chovendo eu voltaria, pois não teria graça conhecer São Francisco de Paula, Canela e Gramado com chuva.
16/07/09 - 6º dia - A volta
Como a chuva veio eu fui. Fui embora é claro. Peguei um ônibus as 9:45 com destino a Criciúma e depois um outro as 16:00 até Curitiba. Chegando aqui um pouco depois da meia noite.
E pra finalizar com chave de ouro, no ônibus estava a miss brasil. Mas pelo que vi na net, ela não é a miss brasil do concurso mais famoso. Ela ficou em segundo num outro concurso chamado miss eco-brasil
Perfeito Aramis ! Excelente ! Vou pedalar aí também brother ! Valeu !
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