Curitiba - Litoral Catarinense - Serra do Rio do Rastro - Julho de 2008

Desde que voltamos da aventura até o Pacífico, em janeiro de 2008, tivemos vontade de conhecer a famosa Serra do Rio do Rastro que fica em Bom Jardim da Serra - SC. Tentamos duas vezes chegar na tal serra, mas infelizmente nas duas tentativas a chuva atrapalhou. Então o jeito foi incluir a subida da serra na minha viagem de férias de julho. Foram 7 dias longe de casa. Sete dias maravilhosos. Abaixo segue o relato:

1º Dia - Curitiba - Penha

Um sábado frio e cheio de neblina pela manhã. Comecei pedalando pela BR-101 rumo a Santa Catarina. As 10h da manhã eu já havia descido a serra e estava parado numa lanchonete para comer algumas bolachas. Após, continuei pedalando até a metade do dia quando parei num restaurante que fica em um posto 5 km depois da entrada de Joinville. Almocei, descansei e segui meu rumo até a praia de Barra Velha. Em Barra Velha sai da BR-101 e entrei na Rua Itajubá que segue até Piçarras praticamente a beira-mar. Passei por Piçarras rapidamente e exatamente as 16:30h cheguei na frente do parque Beto Carrero. Acabei acampando num estacionamento que fica em frente ao parque. Foram 195 km, o dia que mais pedalei nesta aventura.

2º Dia - Penha - Balneário Camboriú

Comecei a pedalar bem cedo no domingo. O visual estava deslumbrante. O sol nascendo, eu pedalando a beira-mar, a brisa da manhã, etc. Assim eu fui pedalando e passando por Navegantes até chegar na balsa que vai para Itajaí. Ao sair da balsa o pneu traseiro rasgou e eu consegui ir até Balneário Camboriu, mas depois não deu. Não tinha como continuar com o pneu rasgado, pois a câmara ficava exposta e furada. Por ser domingo, as bicicletarias estavam todas fechadas, me impossibilitando de comprar outro pneu. O jeito foi ficar por lá. Encontrei uma pousada barata que ficava a umas duas quadras da praia e passei a tarde inteira curtindo Balneário Camboriú. Uma tarde ensolada que me fez esquecer o contratempo do pneu rasgado.

3º Dia - Balneário Camboriú - Florianópolis

Passei bem cedo numa bicicletaria, troquei o pneu e segui meu rumo. No caminho encontrei dois cicloturistas de presidente prudente, eles pararam pra almoçar uns 5 km antes de floripa. Eu continuei. Floripa é show de bola. Conheci a Lagoa da conceição, Barra da Lagoa, praia de Moçambique, praia dos Ingleses e posei num camping de 5 reais na praia da Costa do Santinho, camping Capoeira. Sobre este dia não há muito o que escrever, basta ver as fotos:

4º Dia - Florianópolis - Garopaba

Terça-feira, 8 de julho, meu aniversário. Acordei bem cedo para poder curtir o dia em que eu completava 27 anos. Conheci a praia Brava, praia da Lagoinha, Ponta das Canas, Canasvieiras, Jurerê Internacional e forte de Jurerê. Show de bola. Ao meio dia eu estava novamente no centro de Florianópolis onde comi algumas bolachas e novamente peguei a BR-101 sentido Garopaba. A estrada estava sendo duplicada e em vários trechos eu ultrapassava os veículos por causa do congestionamento. Cortei caminho por uma estrada de terra que tinha uns 15 km, sendo 5km uma mini-serra do rio do rastro. Passei ao lado de dunas gigantes e logo cheguei em Garopaba. Encontrei um camping com o mesmo nome da cidade, mas acabei alugando um quarto no próprio camping. De noite, fui passear a beira-mar e agradeci muito por ter passado o meu aniversário viajando.

5º Dia - Garopaba - Farol de Santa Marta

Comecei o dia pedalando e conhecendo as praias: do Silveira, da Ferrugem e praia do Rosa. Todas são muio lindas, entretanto a que mais me chamou a atenção foi a do Rosa. Após segui para Laguna, onde conheci uma cidade muito bela. Em Laguna peguei uma balsa e depois pedalei por mais 15 km, numa estrada cheia de areia, para enfim encontrar um paraíso chamado Farol de Santa Marta. Conheci a praia da cidade, encontrei um pinguim, conversei com um americano e depois fui para uma pousada.

6º Dia - Farol de Santa Marta - Guatá

Sai cedinho do Farol de Santa Marta e pedalei por estradas de terra até Tubarão. Detalhe: quando o sol estava nascendo tive a sensação de estar pedalando num deserto, não por causa do calor, mas pela paisagem semelhante. Passei pela ponte do Camacho e por diversos lugares rurais até chegar em Tubarão. Atravessei a cidade e peguei o caminho para Pedras Grandes. Caminho muito bonito, sempre acompanhando um rio de águas verdes. Almocei em Pedras Grandes, descansei e só depois segui para Lauro Muller. Ao chegar em Lauro Muller começaram as subidas, que é claro, foram vencidas uma a uma. Antes das três horas da tarde eu já estava em Guatá, uma cidade muito pequena, mas aconchegante.

7º Dia - Guatá - Bom Jardim da Serra

Enfim eu iria subir a famosa Serra do Rio do Rastro. Acordei bem cedo, e antes das oito horas da manhã eu já estava pedalando. O tempo estava fechado, cheio de neblina quando comecei a subir a temida Serra do Rio do Rastro. A neblina foi ficando para trás, o sol aparecendo e a paisagem me encantando. Os sete primeiros quilômetros foram pedalados rapidamente, pois a inclinação não era tão alta e eu podia pedalar numa marcha razoavelmente boa. Parei numa lanchonete que fica logo após o sétimo quilômetro, comi algo e conheci uma família que disse para eu conhecer a Serra do Corvo Branco em Urubici, mas é lógico que eu não teria tempo. Quando sai da lanchonete comecei a parte mais íngreme e mais bonita da subida. Deixei na marcha mais leve e fui apreciando a paisagem. A estrada serpenteia por paredões de rochas de um lado e um abismo gigantesco de outro. Algumas curvas são praticamente de 180º. Tirei inúmeras fotos daquele momento ímpar da minha vida e depois de duas horas subindo eu cheguei ao topo. Lá tem um mirante excepcional com uma vista alucinante da serra mais linda que eu já vi aqui no Brasil. Descansei um pouco no mirante e logo segui para Bom Jardim da Serra. Pedalei uns 10 km's e ainda tive tempo de esperar o ônibus que passava as onze horas.

Assim terminaram minhas férias de julho de 2008. Foram 750 km pedalados entre praias e serras.